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Cimeira do clima, 120 chefes de Estado e de governo reúnem-se na Escócia, entre eles está o Presidente João Lourenço

COP26 - os países mais ricos e mais poluidores têm de cumprir a promessa de 100 mil milhões dólares por ano para apoiar a transição energética global

A cimeira global do clima em Glasgow, na Escócia, é a mais importante cimeira global desde o Acordo de Paris em 2015, e vem já com um compromisso assumido pelos G20. O objectivo é colocar o mundo, todos os países do mundo, incluindo China, Rússia, Índia, Indonésia ou Arábia Saudita, o maior país exportador de petróleo do mundo, a cortar de forma progressiva mas agressiva as emissões de gases de efeito estufa para diminuir o aquecimento da Terra.

A reunião de cúpula da COP26, com cerca de 120 chefes de Estado e de governo, e, entre eles, o Presidente de Angola, decorre em Glasgow, na Escócia, durante dois dias, mas é o culminar de semanas de conversações.

O presidente da China, um dos países mais poluidores do mundo, não vai estar presente em Glasgow mas enviou uma comunicação, presentes estão além dos chefes de Estado e de governo de 120 países, o secretário-geral das Nações Unidas que promove a iniciativa, o naturalista britânico Sir David Attenborough e o herdeiro do trono britânico e um ecologista há anos, o príncipe Carlos, que estão entre aqueles que farão os discursos de abertura, e a anfitriã da cimeira de Glasgow é a rainha de Inglaterra, Elisabeth II, que receberá os convidados virtualmente uma vez que os médicos, dado que está com 92 anos, desaconselharam a sua ida a Gasglow onde vão estar concentradas para esta cimeira mais de trinta mil pessoas.

Depois de uma administração norte-americana, que virou costas ao Acordo de Paris, e falamos da administração Trump, o Presidente Biden surge na Escócia como um dos protagonistas da COP26, com uma enorme comitiva e com pacote arrojado - também de dinheiro - de apoio à transição energética global.

Uma outra personagem relevante, o Presidente chinês Xi Jinping, não esteve presente na cimeira do G20 em Roma e não vai estar em Glasgow, mas apresentará a sua declaração escrita à cimeira ainda durante o dia de hoje, que será apresentada depois do discurso de Biden. Jinping prometeu que o seu país alcançaria a neutralidade carbónica até 2060, mas a profunda crise energética em que o país vive, com a confirmação de mais de uma centena de novas fábricas a carvão, parecem desmentir esse propósito, mesmo com o governo chinês a assumir que o pico das emissões de carbono seria atingido em 2030.

Líderes mundiais, negociadores de 190 países, membros da realeza britânica, observadores oficiais, jornalistas, activistas, celebridades - e até 100 mil manifestantes -, no total estimado de 30 mil pessoas, estão em Glasgow, na Escócia, para tentar salvar o planeta no meio de uma pandemia, que volta a recrudescer no Reino Unido. Logo, além do fracasso nas negociações, muita mais pode dar para o torto.

O primeiro-ministro Boris Johnson prometeu fornecer doses de vacina a todos os participantes que não pudessem obtê-las em seus países de origem. Um porta-voz do governo disse, na passada quarta-feira, que as doses chegaram a destinatários em 70 países, mas não disse quantas pessoas as receberam.

"Estamos a trabalhar incansavelmente com todos os nossos parceiros, incluindo o governo escocês e a ONU, para garantir uma cúpula inclusiva, acessível e segura em Glasgow", disse um porta-voz da COP26, que não foi identificado de acordo com o protocolo britânico.

O que sair de Glasgow tem consequências em todo o planeta, basta olhar para as mais recentes catástrofes no noroeste do Pacífico Norte, os incêndios florestais na Califórnia, Canadá, Grécia e até na Sibéria. As inundações em vários países do mundo, entre eles a Bélgica e a Alemanha onde se registou um número considerável de mortes, as secas agudas no Brasil e no continente africano.

A urgência em torno da cimeira do clima deste ano concentra-se em duas realidades: A mudança climática não é mais uma preocupação futura. É um problema de hoje, tanto para as nações ricas quanto para as pobres. E os cientistas deixaram claro que as calamidades naturais relacionadas com o clima só se tornarão mais frequentes e intensas, a menos que algo mude muito, rapidamente.

O principal objetivo da COP26 é fazer com que os países tenham planos para o corte de emissões de forma a alcançar a meta de limitar o aquecimento da Terra a 1,5 graus Celsius.

Para isso é fundamental que os países mais ricos cumpram uma promessa: a doação de 100 mil milhões de dólares por ano para apoiar as nações mais pobres ou em vias de desenvolvimento de forma que se possam tornar mais resistentes aos desastres climáticos e a afastarem-se dos combustíveis fósseis. Uma dupla tarefa para Angola, um enorme dilema, aguarda-se, pois, com expectativa as declarações do Presidente João Lourenço nesta cimeira.