Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Mundo

África do Sul não é excluída de projecto-lei que renova AGOA

DEPUTADO SUL-AFRICANO DION GEORGE CONSIDEROU QUE O DIPLOMA É UM PASSO NA DIRECÇÃO CERTA

Apesar de duas iniciativas legislativas - uma no Senado e outra no Congresso - para exclusão de África do Sul da lei que dá acesso, isento de impostos, a milhares de produtos sul-africanos ao mercado dos EUA, país mais industrializado de África não fica de fora do diploma que propõe a renovação, e melhoria, do AGOA até 2041.

A África do Sul não é excluída do projecto-lei apresentado por sete senadores dos EUA, para renovar a Lei de Crescimento e Oportunidades para África (AGOA) até 2041, apesar dos apelos de um senador e dois congressistas no sentido de uma "revisão imediata" da participação do país mais industrializado de África nas regras comerciais preferenciais dos EUA.

O projecto-lei, apresentado a 11 de Abril pelos senadores Chris Coons e James Risch, é co-patrocinado por outros cinco senadores - Michael Bennet, Dick Durbin, Mike Rounds, Chris Van Hollen e Todd Young - mas em nenhum momento menciona a África do Sul, mantendo os países abrangidos pela AGOA no prolongamento do programa por mais 16 anos. "Esta extensão a longo prazo ofereceria às empresas a certeza de que necessitam para aumentar o investimento na África Subsariana, numa altura em que muitas empresas procuram diversificar as cadeias de abastecimento fora da China", lê-se no comunicado divulgado pelo Senado americano.

O deputado sul-africano Dion George, da Aliança Democrática e porta-voz para as finanças, considerou que o diploma é um passo na direcção certa, após a participação da África do Sul na AGOA ter enfrentado "incertezas", quando senadores e congressistas americanos apresentaram projectos-lei para excluir o país, pela sua proximidade à China, pelas suas posições em relação à guerra na Ucrânia e, mais recentemente, por a África do Sul acusar Israel de genocídio, numa queixa no Tribunal Internacional de Justiça.

A Lei de Crescimento e Oportunidades para África é um programa de preferência comercial que facilita investimentos e aprofunda laços comerciais entre os EUA e os países subsarianos, oferecendo às empresas africanas acesso isento de impostos ao mercado americano.

Criar emprego e crescimento económico

"Ao longo dos últimos 24 anos, a AGOA criou empregos e crescimento económico numa das regiões de crescimento mais rápido do mundo e criou oportunidades de investimento para as empresas americanas", declarou o senador Chris Coons, que recentemente esteve em Cabo Verde, Zâmbia, Angola e Maláui, quatro países abrangidos pela AGOA.

O senador democrata e primeiro subscritor do projecto-lei argumenta que a Lei de Renovação e Melhoria da AGOA "é necessária para apoiar o desenvolvimento económico contínuo no continente, ao mesmo tempo que fortalece os laços entre os EUA e os seus parceiros na África Subsariana".

Este projecto de lei bipartidário "visa refinar os critérios de elegibilidade da AGOA, aumentar a transparência e manter as agências dos EUA responsáveis por aconselhar o Presidente", disse, por seu turno, o senador republicano James Risch, notando que a legislação "reforçará o envolvimento do Congresso no processo de elegibilidade e supervisão, demonstrando um forte compromisso com a AGOA".

Risch encorajou os colegas a aprovarem rapidamente o diploma autorizando a administração que sair das eleições presidenciais de Dezembro a "prosseguir uma estratégia mais ampla e bidireccional com África que vá além das preferências comerciais e responda às necessidades do século XXI". O projecto-lei apresentado pelos sete senadores visa "simplificar o processo de revisão de elegibilidade do AGOA para garantir que qualquer acção de aplicação seja oportuna, justa e claramente comunicada" e promove a integração da AGOA no Acordo de Comércio Livre Continental Africano.

Apelos à exclusão da África do Sul

A iniciativa de renovação da AGOA deu entrada no Senado dois meses depois de dois congressistas americanos apresentarem um projecto-lei a "exigir a revisão completa das relações bilaterais EUA-África do Sul", dado o "recente posicionamento" e os laços que a África do Sul tem vindo a construir com "países e actores que minam a segurança nacional da América". Em Novembro, uma iniciativa idêntica deu entrada no Senado.

Leia o artigo integral na edição 772 do Expansão, de sexta-feira, dia 19 de Abril de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo