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Comissão Zondo recomenda acusações contra ex-líderes da Eskom por "desvio" de milhões

INVESTIGAÇÃO À CORRUPÇÃO DURANTE MANDATO DE JACOB ZUMA

"As evidências provam um esquema dos Gupta para capturar a Eskom, instalar funcionários seleccionados pelos Gupta em posições estratégicas dentro da Eskom" para "desviar os activos" da empresa, resume juiz Zondo.

A quarta parte do relatório da Comissão Zondo, que investiga os crimes de corrupção no mandato do Presidente Jacob Zuma, estima em 14,7 mil milhões de rands (920,8 milhões USD) o valor dos "contratos irregulares" entre a Eskom e entidades ligadas a membros da família Gupta, e recomenda a abertura de acusações contra vários dirigentes da estatal de energia e não isenta o partido ANC de responsabilidade no saque do erário público.

"As evidências provam um esquema dos Gupta para capturar a Eskom, instalar funcionários seleccionados pelos Gupta em posições estratégicas dentro da Eskom" e depois "desviar os activos" da empresa para "vantagem financeira dos Gupta", resumiu o presidente do Supremo Tribunal, Raymond Zondo, cita[1]do pela Bloomberg.

Segundo o magistrado, que dá nome à comissão de inquérito que investiga a corrupção governamental no mandato de Zuma, no "centro do esquema de captura estatal" estava o "Presidente Zuma, que os Gupta devem ter identificado numa fase muito precoce como alguém cujo carácter era tal que o podiam usar contra o povo da África do Sul". Os três irmãos Gupta, que desmentem a sua participação em casos de corrupção, refugiaram- -se no Dubai, em 2018, pouco tempo antes de o ANC obrigar Zuma a abandonar o poder A investigação concluiu que o ex-Presidente facilitou, consciente e voluntariamente, o "saque audacioso e a má gestão" da estatal de energia, segundo a quarta parte do relatório, que se centra na actuação da Eskom, e que foi divulgada sexta-feira, 29 de Abril.

O relatório final deverá ser entregue até ao 15 de Junho a Cyril Ramaphosa, que terá quatro meses para responder. As conclusões da comissão de inquérito, no que se refere à Eskom, levou o juiz Zondo a recomendar a abertura de acusações criminais contra Brian Molefe, Matshela Koko e Anoj Singh, antigos executivos da ESkom, empresa estrangulada por uma dívida de 400 mil milhões de rands (25 mil milhões USD), em parte devida aos danos causados pela corrupção. Brian Molefe e Anoj Singh tiveram cargos de topo na Eskom, após passarem pela Transnet, outra das empresas estatais apanhadas na teia de corrupção. O primeiro foi nomeado CEO da Eskom em 2015, depois de deixar o mesmo cargo na Transnet, e o segundo também deixou a estatal de logística de transporte de mer[1]cadorias para assumir a direcção financeira na empresa de energia.

(Leia o artigo integral na edição 673 do Expansão, de sexta-feira, dia 06 de Maio de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)