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Fitch prevê deterioração fiscal e baixa "rating" dos Estados Unidos

Maior economia do mundo deixa o pódio das classificações

A última vez que uma das principais agências cortou a notação dos EUA foi em Agosto 2011, quando a S&P desceu o nível para "AA+" de AAA, ou seja, para o segundo nível da escala. Essa notação "triple A" é ainda mantida pela Moody"s.

A agência de "rating" Fitch cortou esta terça-feira a notação soberana dos Estados Unidos da América (EUA) de "AAA", o nível máximo, para "AA+", citando a expectativa de uma deterioração orçamental na maior economia do mundo nos próximos três anos, um aumento do endividamento e ainda uma erosão da governança em relação aos pares.

Com a nota AA+, o rating dos EUA passa a ser um nível abaixo do máximo, mas permanece dentro do grau de investimento.

A Fitch justificou a sua decisão com "a deterioração orçamental esperada durante os próximos tês anos", mas também com "a erosão da governação", invocando "impasses repetidos quanto ao limite da dívida e resoluções de último minuto".

A agência considera mesmo que tem ocorrido uma persistente deterioração nos padrões de 'governance' nos últimos 20 anos, incluindo em matérias orçamentais e de dívida, de que é exemplo o impasse em Junho sobre o tecto da dívida, solucionado à última hora com um acordo para suspender os limites da dívida até janeiro de 2025.

A Fitch aponta ainda que além destes factores, vários choques económicos e reduções de impostos e nova despesa contribuíram para aumentos sucessivos da dívida na última década. E, por fim, nota que houve progressos limitados em enfrentar os desafios de médio prazo, como o aumento dos gastos em Segurança Social e Medicare devido ao envelhecimento da população.

A última vez que uma das principais agências cortou a notação dos EUA foi em Agosto 2011, quando a S&P desceu o nível de AAA para "AA+". A notação "triple A" é ainda mantida pela Moody"s.

Défice orçamental cresce para 6,3% do PIB

A Fitch espera que o défice orçamental atinja os 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, muito acima dos 3,7% de 2022. Para 2024, a agência de notação financeira aponta para um défice de 6,6% e em 2025 esse valor deverá subir para 6,9%, refletindo receitas federais "ciclicamente mais fracas, novas iniciativas de despesa e uma carga de juros mais alta".

?Segundo a agência norte-americana as subidas dos défices serão impulsionadas pelo fraco crescimento do PIB em 2024, uma carga de juros mais alta e défices estaduais e locais mais amplos de 1,2% do PIB em 2024-2025 (em linha com a média histórica de 20 anos).

"Espera-se que a relação juros/receita atinja 10% até 2025 (em comparação com 2,8% para a mediana "AA" e 1% para a mediana "AAA") devido ao maior nível de dívida, bem como às taxas de juros mais altas sustentadas em comparação com níveis pré-pandémicos", adiantou.

Quanto à dívida, a agência recorda que défices mais baixos e um elevado crescimento nominal do PIB reduziram a relação dívida/PIB nos últimos dois anos desde o pico pandémico de 122,3% em 2020, mas sublinha que, no entanto, em 112,9% este ano, ainda está bem acima do nível pré-pandémico de 2019 de 100,1%.

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