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Mundo

FMI corta PIB e pressiona mercados

SEMANA DE 21 A 27 DE JULHO

A incerteza aumentou nos mercados financeiros, depois do FMI piorar previsões de crescimento económico e de inflação. As bolsas estiveram mistas, numa semana em que WTI perdeu mais de 5% e o gás subiu 12%.

A incerteza quanto ao crescimento da economia mundial continua a pressionar os mercados. Esta semana, o FMI piorou as suas previsões de crescimento do PIB e para a inflação, esperando agora que a economia mundial cresça 3,2%, menos 0,4 pontos percentuais do que esperado em Abril.

Na actualização do World Economic Outlook, o FMI aumentou também para 6,6%, a previsão de inflação nas economias avançadas. Segundo o Fundo, além da elevada inflação um pouco por todo mundo, registou-se uma contracção do produto global no 2.º trimestre deste ano, que foi atribuído ao abrandamento das economias da China e da Rússia e ao facto de o consumo nos EUA ter ficado aquém do esperado.

O combate à inflação tem provocado o aperto das condições de financiamento, devido ao aumento das taxas de juros. Aumentam também os indícios de que a economia mundial deverá entrar em recessão. As diferentes opiniões apontam para final de 2022 ou início de 2023.

Na base estão alguns indicadores de mercado, com realce para a inversão das yields curve (curva de rendimentos da dívida soberana) nos EUA. Tem se verificado que as yields dos títulos de curto prazo se situam acima das de 10 anos, algo que, historicamente, precede períodos de recessão. Este fenómeno ocorre em reacção às actuais expectativas de subida de juros na economia.

Os grandes bancos centrais do mundo continuam focados no combate à inflação. Após o BCE ter aumentado os juros pela primeira vez em 11 anos (aumento de 50 pontos bases em todas as suas taxas directoras), esta semana foi a vez da Reserva Federal que se reuniu visando o terceiro aumento nas taxas de juros este ano.

Neste cenário de incerteza, os mercados bolsistas tiveram uma semana sem tendência definida. No segmento accionista, os principais índices dos EUA perderam em média 0,43%, ao passo que na Europa, as acções registaram uma valorização média de 0,19%. A divulgação de bons resultados do II trimestre das grandes tecnológicas têm atenuado as perdas.

Por fim, no segmento das commodities energéticas, os preços do petróleo negociaram em queda, motivada, sobretudo, pelos receios de menor procura pelo abrandamento económico. O WTI perdeu 5,96% para 96,15 USD/barril e o Brent caiu 1,37% para 105,46 USD/barril. De referir que os preços do gás tiveram uma subida significativa (+12%) para máximos de Março deste ano, devido a uma nova paragem do gasoduto Nord Stream, alegadamente, para manutenção.