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Inflação e juros altos colocam gigantes tecnológicas em queda na bolsa

ÍNDICE NASDAQ

Os investidores começaram a desfazer-se das acções por não haver percepção de retorno no futuro. Valor de mercado do Facebook, Apple, Amazon, Microsoft e Google somados caiu 2,7 biliões USD em de 5 meses.

As empresas de tecnologia já caíram quase 32% desde o início do ano até 15 de Junho, uma queda histórica no índice Nasdaq. Gigantes como a Meta, dona do Facebook, o motor de busca Google da Alphabet, a Netflix, a Apple e a Amazon, não se viram livres deste tombo. Cada uma delas caiu, pelo menos, dois dígitos por causa das incertezas do mercado provocadas pela alta da inflação, mas também das subidas das taxas de juro. Depois da valorização das acções das "big techs" e lucros altos no período do confinamento, agora as acções estão em queda influenciadas pela escalada da inflação global neste ano, o que gerou incerteza no mercado e retraiu o apetite dos investidores em relação às empresas tecnológicas.

Para se ter uma ideia, o valor de mercado do Facebook, Apple, Amazon, Microsoft e Google somados caiu 2,7 biliões USD entre o início de 2022 e o dia 19 de Maio, segundo o jornal The New York Times e durante este mês continua a não haver sinais de recuperação. Em termos práticos, desde o início do ano, os investidores começaram a desfazer-se destes activos por serem mais voláteis e por não se ter a percepção de retornos futuros. Sendo assim, o capital está a ser injectado em títulos de tesouro, que são investimentos mais seguros.

No índice Nasdaq, na cidade de Nova York, na Times Square, soaram os alarmes, pois o Federal Reserve (banco central norte-americano) decidiu aumentar a taxa de juros para tentar conter a inflação que já chegou a 8,6% neste mês, o maior valor dos últimos 40 anos. De acordo com especialistas, isso por si só sinaliza que essa tendência se manterá, por afectar principalmente as empresas que, aproveitando as taxas de juros muito baixas dos últimos anos, receberam injecções de dinheiro.

"Quando as expectativas mudam e as taxas de juros aumentam, essas acções costumam sofrer mais que as de empresas com mais peso em índices como o Dow Jones, de companhias mais tradicionais", explicou à BBC Nicolás Max, director da empresa argentina Criteria Asset Management.

Professor de economia e finanças do Instituto Tecnológi[1]co de Monterrey, no México, Eduardo Carbajal explica que muitas empresas de tecnologia não têm o valor real do mercado, ou seja, estão sobrevalorizas. "Não é possível que a Tesla tivesse um valor de mercado mais alto que qualquer empresa historicamente produtora de automóveis," afirma o especialista citado pela BBC. Esta situação, num futuro próximo, poderá trazer a cotação real destas empresas no mercado. "Daqui até ao final do ano não prevemos melhorias das condições macro-económicas que possam fazer imaginar que a queda será contida ou que será atingido um nível mínimo", avança Carbajal.