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OPEP em reuniões preparatórias, os dois dias mais importantes do também cartel petrolífero antes do cair do ano

Ultimas reuniões do ano da OPEP e OPEP+

Em cima da mesa da OPEP e parceiros, que é como quem diz, Arábia Saudita e Rússia, está uma de duas possibilidades: ou lançam mais petróleo no mercado ou mantém as restrições no meio da incerteza acentuada pela nova variante do coronavírus Omicron. Mas um documento, entretanto, divulgado pela agência oficial russa TASS, indica que em 2022 haverá excesso de oferta de 1,7 milhões de barris de petróleo por dia (bpd)

A OPEP iniciou esta quarta-feira as reuniões preparatórias para o último encontro do ano, que acontecerá amanhã, dia 2 de Dezembro, e que também por isso tido em enorme expectativa.

Há receios de uma reversão da procura, que estava em alta, em parte por causa da nova variante do coronavírus Omicron. Em cima da mesa podem estar duas possibilidades: ou se mantém as restrições à produção petrolífera e o plano continua a ser aquele que foi gizado no Verão ou a OPEP+ cede a pressões várias e lança mais petróleo para o mercado, o que é pouco provável.

Há um par de meses, havia quem fizesse previsões de que o petróleo poderia chegar aos 90 ou 100 dólares ainda este ano, mas a vida é o que acontece enquanto se fazem previsões, e depois de ter chegado aos 86 dólares em Outubro, na passagem de Novembro para Dezembro, o preço do barril do petróleo está nos 70 dólares o barril, hoje com uma ligeira subida. Dito de outro modo, em Novembro, e na mesma semana, os preços do barril do petróleo conheceram a maior queda desde o início da pandemia.

Os ministros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) começaram as negociações na tarde desta quarta-feira, amanhã, quinta-feira, a reunião torna-se mais ampla para incluir a Rússia e outros e para se tornar numa reunião OPEP+.

Pouco depois do início das negociações, um delegado disse à Reuters que o grupo não estava a discutir mudanças na política de produção, por enquanto. E tanto a Arábia Saudita como a Rússia, os maiores produtores da OPEP+, já adiantaram que não há necessidade de rever a política de controlo da produção seguida até agora.

No entanto, há outros sinais, o ministro do petróleo iraquiano, Ihsan Abdul Jabbar, disse esperar que a OPEP+ alargue a política de produção petrolífera no curto prazo, de acordo com informação da agência de notícias do Iraque, citada pela Reuters.

Desde Agosto, que a OPEP+ vem acrescentando 400 mil barris por dia à oferta global, à medida que diminui gradualmente os cortes significativos acordados em 2020, no início da pandemia.

Mas ao que parece essa realidade pode estar de volta, de acordo com os analistas, uma nova onde de bloqueios devido à pandemia pode resultar no recuo da procura em cerca de 3 milhões de barris de petróleo por dia no primeiro trimestre de 2022. E dados internos da OPEP+, a que a Reuters teve acesso, dizem isso mesmo, que pode haver um superavit de 3 milhões de barris por dia no primeiro trimestre de 2022, em parte devido à decisão dos grandes consumidores de libertar reservas de petróleo para controlar os preços da energia.

Entetanto, e ao fim do dia, a partir da agência de notícias russa, a TASS, ficou-se a saber que há uma previsão de excesso de petróleo no mercado, 2 milhões logo em Janeiro, 3,4 em Fevereiro, e 3,8 milhões em Março.

Quanto ao impacto da Omicron, está muito relacionado com o combustível para a aviação, com uma diminuição evidente dos voos em África e na Europa. Ou seja, há, efectivamente, consequências directas no consumo de energia relacionadas com a nova variante.

A OPEP+ tem vindo a reduzir os cortes de produção de 10 milhões de barris por dia do início da pandemia, e o equivalente a cerca de 10% da procura global, sendo que prevalece um corte de 3,8 milhões de barris por dia.

Ainda assim, a produção de petróleo da OPEP em Novembro ficou abaixo do nível previsto, porque alguns dos países da organização, nomeadamente Angola, estão com alguns problemas para aumentar a produção.

(actualização às 19:00)