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OPEP+ resiste aos apelos da Casa Branca para aumentar produção

OPEP+ mantém tudo como planeado no Verão

Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, na sua versão mais alargada, que inclui a Rússia desde 2016, mantém os planos formulados no Verão de aumentar de forma gradual a produção de petróleo em 400 mil barris por mês, isto apesar de se verificar um deficit entre a oferta e a procura

Os grandes consumidores de energia, Estados Unidos, Europa e China revelam alguma tensão com os preços da energia sob pressão, e o aumento dos custos da energia pode pôr em causa a recuperação económica dos pós-pandemia. Nos Estados Unidos o petróleo atingiu o valor mais elevado dos últimos sete anos.

Enquanto isto, o grupo de países que controla mais de metade do fornecimento do petróleo global mantém-se impassível e irredutível.

O WTI passou para 78 dólares o barril, preço que não obtinha desde 2014, enquanto o Brent (a referência para Angola), passou para 82 dólares o barril, o preço mais alto dos últimos três anos.

"A Opec+ revela alguma satisfação em ver os preços do petróleo a subir, apesar das preocupações com o aprofundamento da crise energética na Europa e na Ásia", disse Helima Croft, chefe de estratégia global de commodities da RBC Capital Markets, citada pelo Financial Times.

A par de tudo isto, há a necessidade de reduzir a dependência dos combustíveis fósseis em vésperas da cimeira da Glasgow, promovida pelas Nações Unidas, sobre questões climáticas.

A Opep + concordou com cortes na produção no ano passado, quando a procura por petróleo entrou em colapso no pico do bloqueio nos países do mundo ocidental, mas com a abertura pós-covid, em muitos países chamada de "dia da libertação", com população vacinada em larga escala, e várias outras circunstâncias, levaram a que os analistas da Goldman Sachs a concluírem que as reservas petrolíferas estão a encolher a um ritmo tal que os preços podem subir rapidamente para os 90 dólares o barril ainda este ano.

A Arábia Saudita, que lidera de facto da Opep e que é um dos principais aliados dos EUA no Golfo, evitou a sua habitual conferência de imprensa após a reunião online dos ministros de Energia e, pelo segundo mês consecutivo, recusou-se a explicar a sua estratégia.

Pessoas familiarizadas com estas questões adiantaram que o príncipe Abdulaziz bin Salman, ministro da Energia da Arábia Saudita e meio-irmão do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, não acredita que os preços do petróleo vão aumentar de forma substancial, e por isso nada justifica, por agora, uma mudança de planos. Além do mais, os sinais da pandemia ainda são contraditórios.

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