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Opinião

Identificar problemas para implementar soluções

CONVIDADO

Marla Mendes escreve sob a necessidade de identificação correcta dos problemas de se segurança cibernética para que se possam implementar soluções adequadas.

Os mercados de qualquer setor refletem as condições e circunstâncias em que se inserem. Em Angola, um pouco à semelhança do que tem acontecido no mundo, o mercado da cibersegurança está em crescimento, ainda que não o suficiente. E isto explica-se em três fatores.

Começando por reconhecer o elefante da sala, a forma como a pandemia impulsionou a transformação digital nas empresas veio evidenciar uma série de necessidades que até então estavam esquecidas ou por detetar. Na mesma medida, vimos (e vemos) as ameaças a adquirir cada vez mais sofisticação e a impactar cada vez mais empresas, empresas estas que têm aumentado, não só em número, como também em criticidade.

De acordo com as previsões da IDC, até 2024, 33% das PMEs deverão sofrer fortes disrupções todos os trimestres, o que irá causar interrupções nos negócios de pelo menos uma semana por trimestre. Ora, tudo isto nos leva ao terceiro fator. Os gestores de TI vêm lentamente a aperceber-se da importância de proteger os ativos empresariais e a dedicar o orçamento TI a soluções tecnológicas cada vez mais robustas.

De acordo com um relatório global da IDG de Janeiro deste ano, mais de metade (57%) dos CIOs inquiridos indicam os melhoramentos de segurança como razão primordial para aumentar o orçamento tecnológico. Esta é uma questão que adquire maior urgência quando consideramos que em Angola, de 2021 para 2022, a incidência de ataques de ransomware aumentou 152%.

Estando finalmente tomada a decisão de atualizar o ecossistema de cibersegurança, as empresas deparam-se com a dificuldade de escolher a solução ou soluções que melhor se adaptem ao ambiente corporativo já instituído e que melhor responda às ameaças que chegam diariamente a uma organização. A acrescentar às limitações de orçamento, é necessário contornar a complexidade da gestão das infraestruturas cloud e das múltiplas plataformas tipicamente associadas à proteção abrangente dos recursos de uma empresa. Por outro lado, o setor das TI há muito que sofre uma lacuna de competências e conhecimentos na área, o que naturalmente agrava o panorama de ciberameaças.

Mais do que nunca, é necessário apresentar às organizações soluções verdadeiramente abrangentes, unificadas e fáceis de gerir. O intuito de profissionalizar a proteção dos nossos recursos com soluções especializadas não é de todo atrapalhar os fluxos de trabalho. Pelo contrário.

O Cloud Security Report 2022, estudo da Check Point Software que contou com a participação de 775 profissionais de cibersegurança de todo o mundo e que procurou averiguar as principais dificuldades sentidas pelos mesmos, dá conta de que 75% dos responsáveis inquiridos preferiam trabalhar com uma plataforma de segurança unificada com um único painel de controlo, onde se pudesse configurar todas as políticas necessárias para proteger os dados na cloud.

Ainda assim, de acordo com o mesmo estudo, 80% tem de fazer malabarismos com 3 ou mais painéis. Neste momento, soluções que adotam o modelo SASE são, de facto, as que melhor respondem a estas problemáticas. Implementar um sistema SASE tem muitas vantagens para organizações que precisam de apoiar o número crescente de trabalhadores remotos e escritórios, enquanto priorizam segurança e prevenção contra ameaças.