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Opinião

Votos de um próspero ano novo! Para quem?

Visto do CEIC

Estamos em 2022. No entanto, os grandes desafios do país permanecem os mesmos: Falta de diversificação económica, sector empresarial privado fraco e açaimado pelo excesso de burocracia, falta de infraestruturas básicas, altas taxas de pobreza e desigualdade na distribuição do rendimento, e um sistema de saúde precário.

A boa notícia é que o país poderá, finalmente, sair da espiral recessiva em que se encontra. Estima- se um crescimento de 0,2% em 2021 e programa-se um crescimento de 2,5% para 2022. Apesar de serem perspectivas animadoras por representarem uma reversão de cinco anos de recessões consecutivas, não se pode deixar de dizer que, estas taxas de crescimento são manifestamente incapazes de cobrir o custo de reprodução da força de trabalho e compensar o efeito de mais de 10% de contracção do PIB provocada pelas recessões acumuladas. A economia precisa urgentemente de recuperar uma dinâmica de crescimento capaz de tirar milhões de angolanos da vergonha do desemprego e do miserável estado de pobreza em que se encontram.

Ausência de crescimento, inflação galopante (propulsionada pela inflação de alimentos) e desemprego alto têm atirado anualmente milhões de angolanos para a indigência. Dados do Banco Mundial(1) sugerem que, em 2022, a percentagem da população angolana que vive com menos de 1,90 USD por dia deverá atingir 53,9%, o que representa um aumento de 4 pontos percentuais na taxa de pobreza desde 2018. Ou seja, desde 2018 cerca de 3,5 milhões de angolanos passaram a ser considerados pobres de acordo com esta métrica internacional.

Mais do que estimular o crescimento económico, é preciso desentupir os mecanismos de redistribuição do rendimento do País. Nos últimos anos, para além da pobreza ter aumentado, registou-se um recuo muito grande no caminho para uma distribuição do rendimento nacional mais equitativa.

(Leia o artigo integral na edição 656 do Expansão, de sexta-feira, dia 7 de Janeiro de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)