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Análise

A tendência inflacionária que o BNA terá de vergar

Análise

A inflação em Angola tem estado a intensificar-se, sendo que, pelos números do Instituto Nacional de Estatística (INE), ao longo do ano passado, os preços elevaram-se em 25,1% e, de Janeiro a Junho deste ano, os mesmos já se elevaram em 12,09%.

Quanto ao que estará por vir, o Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA), deu a entender, em nota de imprensa emitida logo após a sua reunião mais recente, no dia 2 do corrente mês de Julho, que mantinha o objectivo de inflação de 19,5% ao fim do ano presente. Este objectivo, porém, revela-se extremamente difícil de cumprir, na medida em que, tendo a inflação acumulada de Janeiro a Maio chegado a 9,84% (dados mais recentes à data da nota de imprensa), o mesmo implica que o BNA tenha de fazer com que a inflação mensal média para o resto do ano até Dezembro se limite a 1,21%.Isto é extremamente difícil, pelo andar da carruagem. Pode-se perceber tal postura do Banco Central como uma forma de entreter as expectativas inflacionárias dos agentes económicos. Porém, mesmo nestes casos, deve haver moderação, como forma evitar causar danos à credibilidade.

Por sua vez, a consultora Fitch Solutions deu a conhecer, em artigo publicado no dia 9 deste mês, na sua página de internet, que alterava a sua previsão de inflação para 2021 em Angola, elevando-a de 21,5% para 23,5%.

Entretanto, ao longo do período de Julho de 2019 a Junho de 2021, a taxa de inflação mensal de Luanda parece seguir uma tendência linear. Calculando o Coeficiente de Correlação entre a taxa mensal de inflação de Luanda e o tempo, expresso em meses, obtém-se r = 0,888, o que denota um elevado grau de correlação linear. Pode-se inferir, daí, a existência de uma tendência linear que possa ser estimada, com vista à elaboração de projecções que dêem uma noção do nível de inflação que Luanda poderá atingir ao fim do ano.

Antes de se analisar a consistência da tendência linear, não se pode deixar de notar, pela simples observação dos gráficos das taxas mensais de Angola e de Luanda (Figuras 1 e 2), que a actual tendência ascendente da taxa de inflação teve início em Julho de 2019, 6 meses antes do início do ano 2020. Assim, os números do INE contrariam a mais recente Nota de Imprensa do CPM, já anteriormente referida, no excerto que diz que "desde o início de 2020, coincidente com a ocorrência da pandemia, tem-se verificado um aumento persistente da inflação que exige a tomada de medidas adicionais".

*Economista

(Leia o artigo integral na edição 635 do Expansão, de sexta-feira, dia 30 de Julho de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)

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