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Angola

Cartões de crédito conquistam angolanos

Consumo

O presidente da Associação Angolana de Bancos (ABANC) considera que o uso destes instrumentos de pagamento por parte de pequenos comerciantes favorece a circulação mercantil e o consumo.

 

O mercado financeiro angolano tem registado maior utilização dos cartões de crédito face aos de débito, segundo afirmou ao Expansão o presidente da Associação Angolana de Bancos (ABANC), Amílcar Silva.

"Os cartões de crédito já têm uma ampla utilização no mercado nacional, ao contrário do que muita gente pensa, embora os seus possuidores sejam em número bem mais restrito que os detentores de cartões de débito", disse.

Amílcar Silva esclareceu, entretanto, que os cartões de crédito são instrumentos de pagamento que obrigam que haja um relacionamento permanente e correcto com os serviços bancários, ganhando, de alguma forma, clientes por via de depósitos e das operações de crédito que lhes estão adstritas.

Acrescentou que por parte dos utentes dos cartões há uma possibilidade de fazerem um plano de utilização, ou seja, fraccionar os seus pagamentos, aquando das compras, em conjugação com os vendedores, o que faz crescer o negócio entre as partes.

De acordo com o presidente da ABANC, os pequenos comerciantes individuais que consigam obter um cartão de crédito podem por esta via financiar as suas compras, facto que favorece a circulação mercantil e o consumo.

Numa ronda feita pelo Expansão a diversas instituições bancárias ficou-se a saber que o Banco Internacional de Crédito (BIC), por exemplo, tem um plafond de carregamento mínimo 50.000 Kz e máximo de 1.500.000 Kz, cobrando por cada cartão um juro de 22%, um valor em anuidade que vai de 5.000 Kz a 10.000 Kz, com prazo de pagamento de até 50 dias de crédito grátis.

Já o Banco Caixa Geral Totta de Angola (BCGTA) oferece um plafond de carregamento mínimo de 500.000 Kz, sendo o máximo de 5.000.000 Kz, cobrando um juro de 25%. Todavia, os juros só são cobrados nos casos em que o cliente não paga a totalidade do saldo em dívida até ao dia 30 do mês. Porém, o período de crédito grátis estende-se até 55 dias.

O BCGTA tem período de anuidade de até 15.000 Kz e uma comissão em levantamento a crédito de 6%, no País e no estrangeiro. Por sua vez, o Banco de Fomento Angola (BFA) não possui plafond mínimo nem máximo.

O que acontece é que os cartões de crédito de marca VISA Mwangolé não têm carregamentos, mas, sim, um limite de crédito atribuído pelo próprio banco ao titular do cartão, variando em função do cartão e do tipo e de cliente. Entretanto, o cliente tem um prazo de pagamento de 30 dias e uma taxa de juro cobrada para períodos superiores aplicada de 25% anual, sendo que a comissão em levantamento é de 3,3% e um valor de anuidade de 4.500 Kz.

Quanto ao Banco Angolano de Investimento (BAI), notou-se que tem um plafond mínimo de 50.000 Kz e máximo de 6.000.000 Kz. No entanto, não existem carregamentos nos cartões de crédito. "Trata-se de um plafond decidido casuisticamente, em função do grau de risco do cliente", explicou fonte do banco.

Em relação ao reembolso, os clientes do BAI têm direito a até 55 dias sem juros, sendo que os mesmos se subdividem em 3% por cartão de crédito, uma comissão de levantamento de 3,5% para particulares e 1% para empresas e ainda um valor em anuidade que varia entre os 4.000 Kz e 12.000 Kz.

Entre as instituições sondadas está também o Banco Espírito Santo de Angola (BESA), que não avançou qualquer informação, alegando estar a passar por uma reestruturação interna. Abordámos também, mas sem sucesso, o Banco de Poupança e Crédito.

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