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Angola

Duração dos ciclos de carga entre Luau e Lobito baixou de 20 para 7 dias

APÓS UM ANO DE CONCESSÃO PRIVADA NAS OPERAÇÕES DE TRANSPORTE DE CARGA DO CAMINHO-DE-FERRO DE BENGUELA

A velocidade média dos comboios de carga mantém-se bastante baixa, mesmo com um aumento de 5 Km/hora (130 Km/dia) para 15 Km/hora (371 Km/dia), segundo os cálculos efectuados pelo Expansão. A velocidade das composições é um elemento central na rentabilização das linhas férreas.

Os chamados "ciclos de carga" efectuados ao longo do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) dizem respeito à ligação ida-e-volta entre Luau (Moxico Leste, fronteira com a RDC) e Lobito (Benguela), para um total de 1.300 km de linha férrea e 2.600 Km de viagem completa entre as duas cidades. Segundo Francisco Franca, presidente do Conselho de Administração da empresa Lobito Atlantic Railway (LAR), entidade privada responsável pelas operações de carga do CFB, em um ano de concessão foi possível reduzir a duração daquele ciclo logístico de 20 para 7 dias de viagem.

"Os ciclos de carga entre Luau-Lobito-Luau estão a demorar 7 a 8 dias", explicou Franca, na semana passada, durante uma conversa com vários jornalistas realizada a bordo de um comboio especial que fazia a ligação entre a cidade do Huambo e o Porto do Lobito. Para além dos representantes da LAR, CFB e outros operadores, a comitiva incluía James Story, diplomata americano e actual embaixador dos EUA, embaixadores da Coreia do Sul, de 15 países europeus em Angola e da própria União Europeia.

Apesar desta evolução e dos ganhos de produtividade (o ciclo de carga é agora efectuado em 1/3 do tempo registado antes de a LAR entrar em funções), a verdade é que a velocidade média dos comboios de carga mantém- -se bastante baixa, mesmo com um aumento de 5 Km/hora (130 Km/dia) para 15 Km/hora (371 Km/dia), segundo os cálculos efectuados pelo Expansão. A velocidade das composições é um elemento central na rentabilização das linhas férreas.

Em 2024, a LAR transportou um total de 125 mil toneladas e pretende mais do que triplicar os movimentos em 2025 (400 mil toneladas).

"É esta eficiência operacional que queremos trazer para o Corredor do Lobito. Neste momento, estamos a receber novo material circulante porque tínhamos grandes limitações a esse nível. Começámos a nossa actividade com os meios transferidos pelo Estado. Entretanto, fizemos um plano de investimento associado à concessão e já comprámos 550 vagões, dos quais metade vem da China e os restantes da África do Sul. Já recebemos cerca de 80 vagões novos da África do Sul e esses vagões já estão activos, o que permitiu aumentar os volumes de carga transportada. Neste momento temos uma capacidade mensal de cerca de 20 mil toneladas e é isso que estamos a fazer", disse Francisco Franca.

A segurança é uma questão central quando se fala em aumentar a velocidade dos comboios e, segundo a LAR, com o início da concessão foi necessário introduzir limitações que se estenderam por 700 Km (mais de metade da extensão total do CFB). Hoje as restrições de velocidade estão em vigor em "apenas" 180 Km.

Com o aumento do número de vagões disponíveis e também das composições, com o aumento do número de maquinistas e de tripulação especializada (que está a ser formada pela empresa) e o contrato de manutenção da linha, entregue à Mota-Engil há cerca de um ano, o plano operacional da concessionária indica o objectivo de, até ao final do ano, garantir um comboio de exportação e um de importação por dia (mais a carga doméstica).

Os trabalhos de manutenção da linha férrea estão focados em acções preventivas e correctivas. As preventivas passam pelo melhoramento geométrico e nivelamento da linha ao longo da extensão de 1.300 Km, incluindo a substituição completa de cinco pontes. "São acções que não se fazem em um ano, nem em dois, nem em três, são trabalhos para concluir ao longo dos próximos cinco, seis anos", explicou Francisco Franca. A concessão obtida pela LAR tem a duração de 30 anos, com a possibilidade de renovação.

Em 2026, a empresa quer chegar às 800 mil toneladas transportadas e no ano seguinte, em 2027, pretende atingir 1,5 milhões de toneladas de carga.

Leia o artigo integral na edição 821 do Expansão, de sexta-feira, dia 11 de Abril de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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