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Angola

Fábrica de farinha de mandioca arranca na Fazenda do N’zeto

Zaire

Unidade tem capacidade para produzir 15 toneladas de farinha de bombo em jornadas de 10 horas por dia. Governo local procura melhorar acessibilidade para aumentar escoamento de produtos da fazenda, mas pede mais apoio do Executivo central.

Uma fábrica para transformação de mandioca em farinha de bombo foi instalada na Fazenda Agro-Industrial do Nzeto, localizada no município com o mesmo nome, na província do Zaire. A unidade, inaugurada pelo vice-governador do Zaire para o sector económico, Alberto Sabino, tem capacidade para produzir 15 toneladas de farinha de bombo, ou 120 sacos do produto, em jornadas de 10 horas por dia.

De acordo com o responsável pela área de produção da fábrica, Luís Silvestre, que falou em exclusivo ao Expansão, o produto é embalado em sacos de 25 e de 50 kg para ser vendido nas províncias do Zaire, Uíge, Bengo, Luanda e Kwanza Norte.

"Trata-se de um projecto de âmbito central, que emprega 17 trabalhadores em regime efectivo", revelou o responsável, que faz parte da Agricultiva, empresa do grupo israelita Mitrelli, gestora do projecto. Segundo Luís Silvestre, algumas instituições, nomeadamente as redes de supermercados Nosso Super e Kero, já mostraram interesse em adquirir parte da produção.

Antes de ser inaugurada, a unidade fabril funcionou em regime experimental durante 30 dias. Luís Silvestre explicou que, durante esse período, a partir das 60 toneladas de mandioca disponíveis na fazenda, a fábrica produziu 130 sacos de farinha de bombo de 50 kg, 80 sacos de 25 kg e 50 de 10 kg.

A fazenda Agro-Pecuária do N'zeto está instalada numa área de 8 quilómetros quadra- dos e tem uma área de 500 hectares (ha), incluindo 100 ha de infra-estruturas. Dos 400 ha restantes, 200 são para cultivo de milho e 200 para mandioca, para garantir o funcionamento da fábrica, segundo Luís Silvestre.

Estufas para ex-militares

O responsável sublinhou que a fazenda possui igualmente 100 estufas para produção agrícola, entregues a 50 famílias, tendo cada agregado ficado com duas, sendo 40% dos ocupantes ex-militares. Possui ainda 500 metros quadrados de área aberta.

Luís Silvestre frisou que as estufas já produziram mais de 300 toneladas de produtos diversos entre beringelas, cebolas, tomates e couves, desde a sua entrada em funcionamento em Janeiro deste ano. "Em Setembro, fez-se a primeira colheita, que foi encaminhada para Malanje, Banza Kongo e para a província de Luanda", disse.

Segundo o gestor, a Agricultiva está a trabalhar em parceria com a administração municipal do N'zeto no sentido de distribuir um hectare a cada família dos 40 disponíveis junto à central de captação de água.

"No total, temos cerca de 300 ha, mas iremos começar com 40 este ano para, paulatina- mente, irmos alargando a área de cultivo", esclareceu.

De acordo com Luís Silvestre, os agricultores poderão plantar o que pretenderem no âmbito do que está previsto no projecto. A Agricultiva, garantiu, prestará todo o apoio técnico necessário ao produtor, com a cedência de inputs, mas aqueles que não cumprirem com as metas estabelecidas serão substituídos por outra família no ano seguinte.

O projecto conta ainda com uma fábrica de ração para animais com capacidade para produzir cerca de 400 sacos de 50 kg/dia durante jornadas de 10 horas. Parte da produção será para consumo interno, uma vez que o projecto integra também mais de 10 mil galinhas que põem 500 ovos por dia. As aves encontram-se distribuídas em três naves - cada uma possui 3.500 galinhas poedeiras.

A fazenda dispõe também de sete máquinas (tractores com as respectivas alfaias) que prestam auxílio aos camponeses, segundo Luís Silvestre.

Mais-valia para a região

De acordo com o vice-governador da província, Alberto Sabino, o projecto é uma mais-valia para a província e vem dar alento à vida das populações no que concerne à produção e transformação da mandioca.

"Não tem sido fácil no N'zeto e na província escoar a produção. Vamos trabalhar para, junto do Programa de Aquisição de Produtos Agro-Pecuários (PA- PAGRO), fazer com que a produção seja encaminhada para os grandes mercados nacionais", explicou.

Para Alberto Sabino, com a inauguração da fábrica e a implementação do Programa de Aquisição de Produtos Agro-Pecuários (PAPAGRO), estão criadas as condições para minimizar os condicionalismos da falta de escoamento devido a problemas relacionados com os acessos às zonas de cultivo.

"Dentro das acções do governo da província, temos feito alguns trabalhos paliativos de terraplenagem para a melhoria das estradas, mas estamos esperançados em que o Executivo central venha a resolver esses problemas num curto espaço de tempo", afirmou.

Entretanto, um outro projecto agro-pecuário será instalado a partir de 2014 no município do Kuimba, numa área de 15 quilómetros quadrados, para a produção de cereais, nomeadamente milho e arroz.

O evento serviu também para o lançamento de um ciclo de formação agrícola aos camponeses do município do N'zeto. A acção abordou temas relacionados com a veterinária, cultivo de campos e hortaliças, avicultura, criação de bovinos e de caprinos, economia agrícola, entre outros. O ciclo de formação teve o seu arranque no Moxico e abrange também as províncias do Uíge, da Lunda Norte e de Luanda.

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