Largo do Mutu-Ya-Kevela continua abandonado e à espera de uma solução
Desde 2011 que o GPL vedou o Largo do Mutu-Ya-Kevela, alegando, na altura, a reabilitação do local para proporcionar um ambiente mais agradável. Passados 14 anos, as portas do parque continuam fechadas. As obras no parque foram paralisadas por dívidas acumuladas. O GPL diz que tem um plano.
O Largo do Mutu-Ya-Kevela está abandonado há 14 anos pelo Governo da Província de Luanda, que havia prometido vedar o local para reabilitação do espaço, transformando-o num dos mais vibrantes e animados pontos turísticos de Luanda, com um parque automóvel subterrâneo. Infelizmente, transformou-se num cenário desolador de abandono, apesar de ter uma infraestrutura lá implantada, que pertence ao GPL, de acordo com o apurado pelo Expansão.
Há 14 anos que os munícipes das Ingombotas percorrem "longas" distâncias para se recriarem, quando tinham um parque à porta que proporcionava um ambiente agradável e era um ponto turístico fantástico para todos que lá iam. Era um dos símbolos da cidade que vinha desde o tempo colonial.
Os moradores locais lembram dos bons dias vividos no parque, quando ele estava repleto de risos e animação, e lamentam por ver o espaço no abandono. "Era um lugar divertido para todos nós. As crianças adoravam. É triste vê-lo assim", lamenta Rosária do Amaral, que pede ao GPL para fazer com urgência as devidas intervenções no local.
O administrador adjunto para a área técnica do município das Ingombotas, Cláudio Revelas, disse que o GPL está a criar esforços para finalizar a obra do Largo do Mutu-Ya-Kevela. "O Governo da Província de Luanda não se esqueceu e nem colocou o Parque do Mutu num cenário de abandono, mas em breve o povo luandense terá a oportunidade de conhecer um dos maiores pontos turísticos da cidade capital que terá a capacidade de acolher mais de 2.000 pessoas por dia", afirmou Cláudio Revelas, que garantiu que o Largo do Mutu-Ya-Kevela abrirá as portas para os visitantes, brevemente, mas não adiantou datas nem o cronograma previsto para concretizar este projecto.
De acordo com Cláudio Revelas, o projecto para o Largo do Mutu Ya Kevela engloba um parque de estacionamento com capacidade de albergar mais de 800 viaturas, terá um espaço para desporto, restaurante, ginásio, e outros espaços para lazer. Não foi possível ao Expansão entrar dentro do local de obras para perceber o actual estado do jardim, mas pela informação recolhida, mesmo que a obra se reiniciasse hoje seriam necessários muitos meses para terminar.
Obras paralisadas há 9 anos
Há nove anos que as obras no Largo do Mutu-Ya-Kevela foram paralisadas devido ao acumular de dívidas que o Grupo da Sonangol- entidade financiadora da obra contraiu no âmbito do contrato com a empresa de construção Centro Cerro
O GPL descarta ainda que Isabel dos Santos, filha do ex-presidente da República, seja a proprietária da obra e assume-se como proprietário. A obra, segundo Cláudio Revelas, foi financiada pelo grupo Sonangol, especificamente a Sonip. A obra estava ser construída pela empresa Centro Serro que paralisou o trabalho por incumprimento de contrato. Ou seja, devido incumprimento de pagamentos à empreiteira, a Centro Serro parou as obras em 2017.
O Expansão procurou o porque que não se avança com a obra e o que se apurou é que "o governo da província de Luanda está a envidar esforços para finalizar com a obra e devolver a alegria ao povo luandense".
"De quem foi a ideia de colocar um parque de estacionamento aqui, se nem sequer é uma área que se possa considerar um centro de emprego? Há mais de uma década este largo era verde e divertido, mas agora está paralisado. Agora, decidiram colocar uma infraestrutura para matar o jardim, isto é triste", lamentou Pedro Miranda, morador na Avenida Lenine.
Em Dezembro de 2024, o governador da província de Luanda, Luís Nunes, visitou o local e constatou simplesmente o estado da infraestrutura, sem se pronunciar. Segundo uma fonte do GPL, a visita do governador Luís Nunes ao Parque do Mutu-Ya-Kevela representa que as obras construção do Parque vão reiniciar-se, pois é um dos projectos que o governo da província de Luanda pretende concretizar nos próximos anos, adiantou a fonte.
Leia o artigo integral na edição 810 do Expansão, de sexta-feira, dia 07 de Fevereiro de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)