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Angola

Projecto à Dubai nasce às portas da futura zona franca da Barra do Dande

INICIATIVA PROMOVIDA POR EMPRESA DO DUBAI DÁ OS PRIMEIROS PASSOS

Está prevista a ocupação e instalação naquela zona de diversas ofertas residenciais (sobretudo de alto-valor, mas também de gama média e média-baixa) e uma zona industrial, totalmente equipada com serviços básicos (educação, saúde, comércio), suportados por infraestruturas adequadas. Metade dos lotes já comercializados são de empresas do Dubai

Entre Cacuaco e Caxito, na localidade de Sassalemba, província do Bengo, feito o desvio para a Barra do Dande, está a nascer uma "cidade dentro da cidade", inspirada no Dubai e em iniciativas similares noutras regiões. Os primeiros passos do projecto imobiliário, que ocupa uma área de 2.000 hectares, incluindo cerca de 4 quilómetros de linha de praia, estão a ser concretizados pelo promotor, a empresa Dubai Investments Park Angola (DIP Angola) e os seus parceiros, que disseram ao Expansão já ter comercializado cerca de 80% dos terrenos disponíveis na primeira fase. Até ao final de 2026, o objectivo é chegar aos 400 hectares de lotes preparados para comercialização.

Apesar dos contratos firmados, no terreno, em cerca de 180 hectares, foram apenas instaladas infraestruturas básicas, como a vedação que delimita o projecto, algumas (poucas) ruas asfaltadas com iluminação pública e uma ligação à rede de energia, para além de outras pequenas estruturas de apoio. Notam-se também alguns movimentos iniciais para a delimitação dos lotes comercializados durante a primeira fase, que foi sub- -dividida em três passos (A, B e C).

"A primeira fase A está quase toda vendida. Mais de 80% está comprometida. E a outra parte já está a ser reservada, antes mesmo de começarmos os trabalhos no terreno", explicou Jaafar Lakkis, gestor de origem libanesa, radicado em Angola há mais de 20 anos e parceiro local da DIP Angola, onde detém 10% do capital, segundo o registo público disponibilizado pelo GUE - Guichet Único da Empresa.

O projecto prevê a ocupação e instalação naquela zona de vários projectos residenciais (sobretudo de alto-valor, mas também de gama média e média-baixa) e uma zona industrial, totalmente equipada com serviços básicos (educação, saúde, comércio) suportados por infraestruturas adequadas.

"Se olharmos para o futuro industrial e comercial de Angola e da região de Luanda, já não há espaço para crescer em Viana ou na parte do sul", acredita Lakkis, que associa a localização ao crescimento urbano e industrial daquela zona, onde estão previstos investimentos avultados em novas infraestruturas (estradas, redes logísticas e vias rápidas) e empreendimentos económicos, como a Zona Franca da Barra do Dande ou o Terminal Oceânico, já inaugurado pela Sonangol, para além das indústrias ali instaladas há mais tempo (siderurgia e materiais de construção, por exemplo).

Em relação às infraestruturas básicas, no dia 5 de Dezembro, o PR autorizou (por ajuste directo) a instalação de duas subestações de energia para electrificar totalmente a zona onde será instalado o projecto do DIP Angola.

O contrato está avaliado em 36,3 milhões USD. "Começamos a ter marcas de referência que estão a apostar nesta zona", assinala Jaafar Lakkis. "Não estamos a olhar apenas para o que está a ser feito hoje, naturalmente, todos os negócios tentam antecipar o que vai acontecer no futuro".

Conexão Dubai Entre os diversos clientes que adquiriram loteamentos na região da Barra do Dande, contam-se três futuras unidades fabris detidas pelo grupo Dubai Investments, uma empresa que junta interesses privados e públicos (o governo dos Emirados Árabes Unidos, neste caso), criada em 1995, que está listada desde o ano 2000 na bolsa de valores daquele país. A entidade DIP Angola é subsidiária da Dubai Investments. Omar Al Mesmar é presidente da DIP Angola e director-geral da Dubai Investments.

"Acreditamos que durante os próximos 2 meses vamos ter tudo pronto para começar as obras. Falamos de uma fábrica de vidro, outra de estruturas metálicas e uma fábrica de medicamentos. Essas fábricas são nossas, do grupo Dubai Investments", confirmou Jaafar Lakkis. "Metade do que foi vendido até ao momento foi adquirido por empresas do Dubai", disse também o gestor.

Outro dos exemplos da ligação ao Dubai é o acordo assinado, em Novembro, por Omar Al Mesmar e Andrea Nucera, director executivo do Reportage Group, do Dubai, numa cerimónia que contou com a presença de Khalid Bin Kalban, vice-presidente e CEO da Dubai Investments. O Reportage Group vai desenvolver dois projectos imobiliários em Sassalemba: um condomínio de luxo no interior do DIP Angola, que incluirá um hotel com 60 quartos, 2.050 moradias e uma área comercial.

O segundo projecto, localizado na zona próxima à praia, contemplará 2.500 habitações, criando dois pólos residenciais complementares de habitação e serviços. Os referidos investimentos estão a ser utilizados pela gestão da DIP Angola como uma prova de boa-fé dos promotores, que também serão investidores directos, e como um elemento de confiança, num País marcado por várias experiências negativas de promoção imobiliária, sobretudo de projectos vendidos no papel e ainda em fase de desenvolvimento.

O caso mais conhecido é o da burla associada às "Quintas do Rio Bengo", em que os promotores imobiliários de origem brasileira, em conluio com parceiros angolanos, venderam os lotes e abandonaram o País, sem que ninguém tivesse sido responsabilizado até ao momento e sem que os imóveis fossem construídos.

Leia o artigo integral na edição 856 do Expansão, sexta-feira, dia 12 de Dezembro de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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