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Auditores inscreveram 16 reservas às contas das empresas de comunicação social

TPA E EDIÇÕES NOVEMBRO LIDERAM RESERVAS

A maior parte destas empresas têm dificuldades na gestão da contabilidade, entre o que recebem e o que têm a pagar. Empresas continuam a ter contas a pagar e a receber que depois não conseguem confirmar em documentos.

Apesar de as seis empresas de comunicação social do Estado terem submetido contas ao Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), há processos mais transparentes do que outros. TPA, RNA, Edições Novembro e Angop são, dentro destas empresas, os mais transparentes já que submeteram todos os "cadernos" que devem constar num relatório e contas, como o balanço, a demonstração de resultados, as notas explicativas, a demonstração de fluxo de caixa e os relatórios de gestão, do auditor externo e o parecer do conselho fiscal.

Já a TV Zimbo entregou praticamente tudo, à excepção do parecer do conselho fiscal, enquanto a Media Nova é a menos transparente de todas as empresas do sector empresarial público, já que não entregou a demonstração de fluxo de caixa, bem como o relatório de gestão e o do conselho fiscal, de acordo com o relatório do agregado do SEP publicado pelo IGAPE. Em processo de extinção, a Gráfica Popular não apresenta relatórios e contas pelo terceiro ano consecutivo.

No caso da TPA, o auditor Soares & Nunes, inscreveu três reservas, sendo uma delas relativa ao valor atribuído ao património da empresa, enquanto outra se prende com a não obtenção de respostas em número suficiente em relação à confirmação externa de saldos a receber, a pagar, de outros passivos correntes e de um empréstimo ao BIC. A terceira reserva é relativa a contas a receber de empréstimos que a TPA concedeu a funcionários relativos a custos dos mesmos em clínicas de saúde, no valor de 642 milhões Kz, que o auditor diz não ter evidências sobre a recuperabilidade desses valores. Já o conselho fiscal alerta para a baixa liquidez da empresa, o que evidencia que "não tem capacidade de honrar com as suas obrigações de curto prazo". Como conclusão, o conselho fiscal considera que "a situação económica e financeira, face aos resultados registados e aos investimentos em carteira, requer esforços conjugados, consubstanciados na adopção de um plano de negócio robusto e no aumento das receitas gerais, acções indispensáveis para a continuidade da actividade da TPA".

Por outro lado, a Edições Novembro viu o seu auditor externo, a KCPM, alertar para a não reconciliação de saldos de imobilizações corpóreas e incorpóreas e imobilizações em curso, nos valores de 7,1 mil milhões Kz, 45,8 milhões e 763,6 milhões Kz, respectivamente. Nesta reserva, adianta que o balancete de gestão dos bens do imobilizado não reconcilia com os saldos registados na contabilidade, tendo detectado diferenças materialmente relevantes. Alerta também que a empresa não detém títulos de registo de propriedades inscritas no balanço. Quanto à segunda reserva, revela que a empresa apresenta contas a receber e a pagar sobre as quais "não foi possível obter evidência de auditoria suficiente e apropriada, pelo facto de existirem insuficiências relacionadas com processos ou documentação de suporte, ausência de confirmações externas ou reconciliação apropriada". Já na terceira reserva o auditor revela que a análise à rubrica "custos com pessoal" detectou a existência de algumas insuficiências ao nível do cadastro, do vínculo contratual e do controlo da efectividade e presença no local de trabalho.

Já a Dígitos & Números, Lda, inscreveu duas reservas às contas da Angop. Uma referente à insuficiência de respostas aos pedidos de confirmação de saldos (uma reserva muito recorrente em Angola) de clientes e de fornecedores, e a outra (também comum em empresas do Estado) relativa ao facto de dos 15 mil milhões Kz de capital social subscrito pelo Estado apenas terem sido realizados 2 mil milhões Kz, o que não está em conformidade com a Lei de Base do Sector Empresarial Público. Já fora das reservas, mas classificadas como ênfase, surge a indicação da "inexistência de título de propriedade para os nove imóveis adquiridos" em anos anteriores nos municípios de Belas e em delegações provinciais. Um ênfase que noutros relatórios e contas de outras empresas, feitas por outros auditores, muitas vezes tem sido apontado como reserva.

Leia o artigo integral na edição 795 do Expansão, de sexta-feira, dia 27 de Setembro de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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