Bela Malaquias no Parlamento e o fim da CASA-CE
A mensagem de Florbela Malaquias à frente do Partido Humanista chegou às pessoas, sendo que esta conseguiu ser eleita como deputada e o partido ainda coloca mais um na futura Assembleia Nacional. Para a CASA-CE foi o fim da linha, depois de ter eleito 16 deputados em 2017.
Para a coligação chegou ao fim este trajecto político. Nas primeiras eleições que concorreram em 2012 tinham conseguido 6% dos votos, 8 deputados e 312,6 mil votos. Em 2017, com o efeito Abel Chivukuvuku, que liderou a formação política ,duplicou o numero de deputados, passou para 16, conseguiu 9,5% do total da votação e mobilizou 640 mil votos. Agora caiu estrondosamente, apenas 47 mil angolanos lhes entregam a sua confiança e vai ficar fora do parlamento, passando de terceira para sexta força política do País. O modelo esgotou-se.
Pode também argumentar-se que a forma como as eleições foram disputadas, numa clara bipolarização entre a MPLA e UNITA, não ficava muito espaço para quem estivesse no meio desta disputa. Previa-se uma queda, mas a forma como Manuel Fernandes se colocou perante as grandes questões, ora próximo do Poder, ora ao lado da oposição, não foi entendida pelos eleitores. Naquela imagem que eram um partido de bom senso entre duas forças que queriam ser governo.
Não esquecer que ainda no último dia da campanha, o líder Manuel Fernandes repetia que a sua coligação iria aumentar o numero de deputados, numa clara ausência de capacidade de leitura política. Aliás, similar ao que se passou com Dino Chingunji, que repetiu várias vezes que previa eleger nestas eleições 30 deputados e que em 2027 podia lutar pela presidência. No final das contas foi o partido que ficou em último, sendo que apenas 26 mil angolanos votaram no P-Njango.
Bela Malaquias entra no Parlamento
Florbela Malaquias vai ser deputada, conseguindo entrar na Assembleia Nacional com uma votação que se aproxima dos 64.000 votos, sendo que apenas 30% foram conseguidos em Luanda. Isto veio dar razão à sua estratégia de percorrer o País várias vezes, foi das candidatas que esteve mais activa, mantendo uma linguagem que para muitos é irrealista e impossível de concretizar, mas que acabou por tocar no coração dos angolanos. Ou das angolanas, porque grande parte do seu discuso foi feito para as mulheres, com promessas para as mães.
O PHA assume-se assim como dos vencedores destas eleições, à sua medida, ao que se junta a FNLA e o seu líder Nimbi-a-Simbi. O professor que lidera o partido histórico fundado por Holden Roberto consegue a tendência de perca de eleitorado do partido, consegue excelentes resultados no Zaire, Bengo, Uíge e Cuanza Norte. Mas mais importante recupera a imagem do partido, abandona aquela ideia que é um partido de "mais velhos", junta juventude à causa.
Isto depois de conseguir juntar todas as vertentes do partido, partilhou o palco dos principais comícios com Lucas Ngonda e Ngola Kabango, e apostou numa conversa mais virada para os seus militantes, falou muito do partido durante a campanha, não perdeu muito tempo com promessas que não podia realizar, e passou, indiscutivelmente uma imagem de credibilidade ao eleitorado. Será um líder a olhar com muita atenção nas próximas eleições