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Angola

BOVE360 quer impulsionar empreendedorismo feminismo e sustentável no País

MARÇO MULHER

O "Megapith" será o maior evento após o lançamento oficial da plataforma, a acontecer na Universidade Católica, para descobrir ideias com potencial de crescimento. Plataforma já tem um banco comercial como parceiro.

É cada vez mais comum as mulheres lançarem-se ao empreendedorismo, mas nem sempre o projecto tem sucesso e morre passado pouco tempo. As mulheres sofrem ainda mais porque caminham sozinhas e de forma independente, por isso, nasceu a BOVE360°, uma plataforma com foco na orientação, financiamento e sustentabilidade de projectos e negócios lidera[1]dos ou fundados por mulheres.

Fundada por Maria Uini Baptista, antiga PCA da Comissão do Mercado de Capitais (CMC), a BOVE360° (que significa Brilho, Oportunidade, Voz e Experiência) é uma ideia que nasceu em 2015. Com o envolvimento de outras amigas passaram a apoiar outras mulheres a criar os seus projectos.

"Tivemos bons negócios que avançaram, como um salão de beleza, um consultório de psicologia, uma empresa de construção de um casal", diz Maria Uni Baptista sobre os negócios que apoiaram na altura.

A fundadora da plataforma contou ao Expansão que enquanto empreendedora teve uma lavandaria e já vendeu roupas de fardo americano. Mas teve que desfazer-se destes negócios quando foi nomeada como para a CMC. Agora, com o fim da missão, decidiu juntar o conhecimento de mercado de capitais ao que já tinha de banca e avançou com a plataforma.

Maria Uini Baptista explica que a BOVE360° surge para dar acesso aos mercados às mulheres com boas ideias.

Em todas as instituições em que trabalhou sempre sentiu que as mulheres não tinham tanto acesso à informação quanto os homens e por isso não conseguiam chegar a voos mais altos. E mesmo para investir num negócio, o ambiente gira mais para o lado masculino. Com as mulheres é mais difícil porque fazem negócios de subsistência: "vou vender para comprar cabelo, para comer e para a escola dos miúdos".

"Depois de anos a operar em Sociedades Anónimas (S.A.) e nove anos em conselhos de administração, sinto que tenho propriedade para ajudá-las nisso", acredita a gestora e empreendedora.

Conforme explica, nesta nova fase já existem alguns projectos bem encaminhados, sendo um de embalagens, outro de temperos e quitutes, uma startup ligada a emissões de carbono, um de estética, uma escola de costura, entre as centenas de ideias, algumas bastante confusas e sem escala adequada. Até ao momento, o projecto tem um banco comercial como parceiro que vai investir no "BOVE Megapitch", evento que vai acontecer de 16 a 31 de Março de 2023, em parceria com a Universidade Católica de Angola, para descobrir as melhores ideias de negócios que, depois de moldadas, serão disponibilizadas a um grupo restrito de investidores.

As mulheres interessadas devem visitar as páginas da plataforma BOVE360° para toda e qualquer informação e para estarem a par dos projectos.

O papel dos homens

Apesar de ser uma plataforma desenhada para mulheres, chegam até à BOVE360° muitos homens com projectos bem estruturados, mas que não podem ser desenvolvidos face aos objectivos da plataforma. No entanto, segundo a fundadora, os homens só podem fazer parte do projecto caso queiram investir no negócio de uma Bover, onde pode ser um "BoveAngel" (investidor). Ou então passam a ser facilitadores, para conceder pacotes especiais para pessoas que não têm condições de pagar pelo preço de determinado produto ou serviço.

"Já temos alguns facilitadores, uns aderem pela exposição, outros pelo negócio e alguns para investir em algo que pode crescer e depois tirar alguma vantagem", defende Maria Uini Baptista.