Empresário do MPLA e MD Freitas & Filhos na corrida pelos terminais
Os terminais vão ser explorados por privados durante 10 anos, numa primeira fase. O resultado do concurso vai sair nos próximos dias.
A Solente, Lda e a MD Freitas & Filhos, Lda são as duas empresas apuradas no concurso de concessão de exploração, gestão e manutenção da infra-estrutura dos três terminais rodoviários construídos nas províncias de Luanda, Huambo e Cuanza Norte e que estão parados desde 2022, altura da sua inauguração.
Na corrida estão um empresário do bureau político do comité central do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) dono da Solente, Lda, com mais de 89% do capital social da empresa e Mário Domingos Freitas, proprietário da MD Freitas & Filhos.
As duas empresas foram as únicas que apresentaram propostas, num universo de cinco que procederem à aquisição das peças do concurso, que vai concessionar os terminais por 10 anos. O vencedor vai ser conhecido nos próximos dias, visto que a comissão de avaliação já tem concluído o relatório preliminar de avaliação sobre o critério de adjudicação, estando, nesta altura, em fase de submissão ao órgão hierárquico para visto e aprovação.
A finalidade deste concurso é romper com a inércia em que os três terminais se encontram desde a sua inauguração e, por conseguinte, assegurar que as infra-estruturas de transporte de passageiros operem de maneira eficaz, cumprindo assim a sua finalidade original. O novo gestor vai administrar e coordenar as actividades que as empresas operadoras de transporte venham a realizar nos terminais, bem como os serviços auxiliares que lhes dão suporte.
As propostas foram apresentadas de forma separada. Para cada terminal uma proposta diferente. Caberá à comissão de avaliação decidir qual é a melhor proposta em termos financeiros e operacionais, o que poderá permitir a distribuição dos terminais aos dois únicos concorrentes, que é o cenário mais provável.
De um lado está a Solente, Lda, do empresário Alberto de Jesus Mendes, que além de ser membro do comité central do MPLA assumiu, em 2023, o cargo de PCA da GEFI - Sociedade de Gestão e Participações Financeiras, S.A., conhecida holding do "partido dos camaradas", tendo substituído Mário António de Sequeira e Carvalho. Alberto Mendes é um empresário do ramo do petróleo e mineração e é sócio em várias unidades hoteleiras do País, é um empresário forjado no braço juvenil do partido, JMPLA.
Do outro está Mário Domingos Freitas, um empresário do ramo dos transportes de passageiros da província do Huambo. Segundo a fonte, a MD Freitas terá concorrido para gerir o terminal do Huambo, situado no bairro Santa Iria, adjacente à estação rodoviária do Caminho de Ferro de Benguela (CFB) no Huambo.
A infra-estrutura do Huambo foi construída de raiz num investimento de cerca de 3 milhões USD. Assim como o terminal rodoviário de passageiros do Ndalatando (Cuanza Norte), na localidade do KM 11, ambos têm seis baias de embarque e desembarque e têm a capacidade de movimentar, em média, 4 mil passageiros por dia.
Já o terminal do Kilamba, em Luanda, custou cerca de 4,7 milhões de USD aos cofres do Estado e é o segundo maior entres os três.