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Angola

Entre 138 cruzamentos com semáforos em Luanda apenas em 13 funcionam

GPL APONTA VANDALISMO COMO CAUSA

A inoperância dos semáforos preocupa os condutores, com queixas de má gestão e constrangimentos ao trânsito. Governo provincial prepara uma operação de reabilitação dos semáforos, mas descarta a substituição por falta de verbas.

Em Luanda, os semáforos são um desafio e, na maior parte dos casos, só atrapalham a circulação rodoviária. Dos 138 cruzamentos com semáforos instalados na cidade apenas 13 funcionam, motivo que tem causado muitos constrangimentos aos condutores e peões que circulam no centro de Luanda.

O director provincial dos Transportes, Tráfego e Mobilidade Urbana da província de Luanda, Sérgio de Assunção Sachicuata, explicou que dos 138 cruzamentos com semáforos, 125 estão fora de serviço, por causa de "actos de vandalismo nos equipamentos, nomeadamente cabos de fibra óptica, baterias e outros elementos que fazem parte do sistema". Só funcionam os que estão nas zonas da Marginal de Luanda (3 cruzamentos), Rua da Liberdade (1), Rua do Maculusso (1), Avenida Rei Katyavala (1) e outros 7 cruzamentos na cidade do Kilamba.

Sérgio de Assunção Sachicuata adiantou ao Expansão que há um plano de restruturação da rede semafórica a nível da província de Luanda. Neste momento, está a ser feito um levantamento técnico pelo Governo Provincial de Luanda (GPL) e a empresa nacional Ngasakidila para "apuramento da situação real do estado" em que se encontram estes equipamentos. Finda esta fase, a Ngasakidila irá "efectuar intervenções pontuais", nos casos em que isso seja possível. Para já, está descartada a substituição dos semáforos, por falta de verbas, razão pela qual o GPL optou pela reabilitação dos existentes.

Refira-se que um cruzamento pode ter entre 4 a 8 semáforos. Como apenas um cruzamento tem oito semáforos, o Expansão multiplicou 137 cruzamentos por quatro, o que resulta em 548 semáforos, aos quais somou mais oito, totalizando 556 semáforos. Destes apenas 52 semáforos estão a funcionar e 504 encontram-se avariados, o que demonstra bem a inoperância do sistema.

Dívidas afastam empresas

A gestão dos semáforos já esteve sob tutela de várias empresas. A título de exemplo, a empresa brasileira Odebrecht, que teve a responsabilidade de recuperar a sinalização urbana, através do "Projecto Vias de Luanda", em três zonas da cidade: Largo 1.º de Maio, Largo das Heroínas e Estrada da Samba.

A empresa sérvia Valtacom, que também foi gestora dos semáforos na capital, deixou de assumir a responsabilidade devido a uma dívida de 13 milhões USD por parte do Ministério do Interior, entidade que tutelava os equipamentos, conforme noticiou o Correio da Kianda em Maio de 2018.

Por incapacidade do pagamento da dívida à empresa sérvia Vlatacom, o Ministério do Interior transferiu a gestão dos semáforos para o Governo Provincial de Luanda.

Os semáforos desempenham um papel importante na gestão do tráfego, garantindo a fluidez e a segurança de motoristas e peões. No entanto, a inoperância dos semáforos tem sido uma preocupação para os munícipes de Luanda, com queixas sobre má gestão do GPL e constrangimentos causados pela falta de funcionamento dos sinais luminosos.

Carlos Miguel, taxista de 37 anos, diz que o excessivo engarrafamento no centro da cidade é por falta de semáforos em boas condições e pediu urgentemente a intervenção do GPL na resolução dos problemas dos equipamentos.

Pedro Paulo criticou o GPL pela má gestão dos semáforos e aconselhou o governo provincial a transferir a gestão para uma empresa, nacional ou estrangeira, para se "efectivar com urgência a resolução do problema". O taxista, de 33 anos, acredita que os semáforos "só" estão fora de serviço porque não há interessa da parte do governo da província.

Já Samuel Bambuca acredita que os acidentes que ocorrem nas vias públicas e o vandalismo dos equipamentos semafóricos são "os reais motivos que fazem com que os semáforos estejam inoperantes". Apela, por isso, a todos os cidadãos para conservarem os bens públicos, caso contrário, "todos saem prejudicados".

Antes do GPL assumir a sua gestão, os semáforos eram monitorizados pelo centro de controlo da Unidade Operativa de Luanda da Polícia Nacional, através de uma estrutura central, que de momento se encontra avariada.

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