Trabalhadores dos Casinos de Angola acusam Plurijogos de dívidas
Ex-trabalhadores da Plurijogos dizem que foram transferidos para a ACK, sem que os salários em atraso fossem regularizados. Direção da ACK Games S.A desmente e diz que apenas convida "pontualmente" trabalhadores dos casinos de Kundi Paihama para trabalhar na ACK.
Mais de 40 jovens que trabalhavam nos casinos de Angola até 2021 acusam a empresa Plurijogos de nunca ter feito os pagamentos à Segurança Social e de criar uma "grande jogada" para livrar-se da amontoada dívida para com os seus trabalhadores, transferindo alguns deles para a ACK Games.
Armindo Jorge, nome fictício, é um dos 700 trabalhadores dos Casinos de Angola que foi "repescado" pela ACK, Games S.A, após a Covid-19, sem antes a empresa Plurijogos ter pago uma dívida para consigo de 480.000 kz, equivalente a 6 meses de salário em atraso, num montante mensal de 80.000 kz.
O jovem que trabalhava no Casino Marco Polo, actualmente fechado por mandado de Penhora do Tribunal da Comarca de Belas, conta que "a maior dificuldade que viveu nos Casinos de Angola foi quando a filha de Kundi Paihama, Elizabeth Paihama, "assumiu a gestão da empresa Plurijogos".
"Fiquei seis meses sem salário, não tinha outra fonte para sustentar a minha família. Mesmo assim, eu ia trabalhar para honrar o meu compromisso", desabafou Armindo Jorge, de 37 anos, morador no município do Kilamba Kiaxi e pai de três filhos.
Os trabalhadores da Plurijogos "foram convidados a apresentar reclamação de créditos, o que fizeram e tem sido negociada a rescisão amigável e respectiva indemnização", informa a ACK, em resposta a questões colocadas pelo Expansão. "Neste momento, a Plurijogos já fez acordo com cerca de 700 trabalhadores e com várias dezenas de fornecedores, senhorios, com receitas resultantes da venda do seu património", acrescentou a empresa que detém 4 casinos.
Famílias para sustentar
Mas não é só Armindo Jorge que foi "repescado" pela ACK, sem que a dívida tenha sido paga. Quarenta jovens que trabalhavam nos Casinos de Angola, marca da Plurijogos, dizem que a empresa ainda não lhes pagou a dívida, mas garantem que foram colocados a trabalhar na ACK, Games S.A, sem promessa de regularização dos salários em atraso.
Muitos destes jovens justificaram ao Expansão que apenas aceitaram trabalhar sem receber os salários em atraso porque a situação económica e financeira do país está "muito difícil" para todos e que "têm família para sustentar"...
Leia o artigo integral na edição 804 do Expansão, de sexta-feira, dia 29 de Novembro de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)