Bolsas animadas com menos inflação na UE
A descida da inflação na Zona Euro para 1,9% reforçou as expectativas de mais cortes de juros na Europa, e impulsionou os mercados bolsistas. O petróleo valorizou devido a tensões geopolíticas e comerciais e incêndios no a Canadá.
Na semana passada, foi publicado uma redução da inflação da Zona Euro, o que reforçou a percepção dos mercados de existirem maiores condições para o Banco Central Europeu (BCE) continuar o processo de flexibilização da política monetária.
A estimativa rápida divulgada pelo Eurostat, instituto de estatística da União Europeia, revelou que a taxa de inflação homóloga recuou de 2,2% em Abril para 1,9% em Maio, ficando abaixo da meta de 2% definida pelo BCE pela primeira vez em mais de dois anos.
A inflação subjacente, que exclui componentes mais voláteis como energia e alimentos, também surpreendeu pela positiva, ao descer de 2,7% para 2,3%. Esta evolução foi, em grande parte, impulsionada pelo abrandamento dos preços no sector dos serviços, que registaram a maior desaceleração desde o início do actual ciclo inflacionista, enquanto os preços da energia e dos bens industriais não energéticos permaneceram estáveis.
Estes dados reforçaram as expectativas de que o BCE poderá avançar com cortes nas taxas de juro nas próximas reuniões e perspectiva-se uma política monetária que tende a favorecer os activos de risco, num contexto em que, a expectativa dos investidores é de que, com taxas de juro mais baixas, as empresas ficam em melhor posição para investir, contratar e expandir, o que normalmente se reflecte de forma positiva no desempenho das acções.
Na Europa, os principais índices accionistas registaram ganhos pela segunda semana consecutiva. O Euro Stoxx 600 avançou 0,45%, encerrando nos 551,15 pontos. O DAX da Alemanha subiu mais de 1%, enquanto o FTSE 100 do Reino Unido registou uma valorização de 0,40%.
Nos EUA, os índices norte-americanos também tiveram uma semana positiva, impulsionados sobretudo pelo sector tecnológico. O Nasdaq ganhou 1,49%, enquanto o S&P 500 avançou cerca de 1%. No entanto, o apetite por risco foi parcialmente limitado pela retórica proteccionista dos Estados Unidos.
O presidente dos EUA assinou um decreto que duplica as tarifas sobre as importações de aço e alumínio, passando de 25% para 50%, com o argumento de que as tarifas anteriores não foram suficientes para revitalizar a indústria siderúrgica americana. O Reino Unido foi excluído desta medida, uma vez que um novo acordo comercial, entre os dois países, está em fase final de negociação.