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Economia

EPAL liga água ao terminal doméstico dois dias após corte por atraso no pagamento

LIGAÇÃO É RETOMADA DEPOIS DE NOTÍCIA DO EXPANSÃO

A EPAL restabeleceu a ligação da água ao terminal doméstico do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, mas manteve as torneiras desligadas para o terminal de voos internacionais. SGA tem facturas em atraso há mais de seis meses e negociou um plano de pagamentos.

O terminal doméstico do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, ficou privado de água da EPAL - Empresa Pública de Distribuição de Águas, durante mais de 48 horas, por acumulação de facturas em atraso. A água foi cortada na segunda-feira, dia 12, e o contador foi removido, mas foi restabelecida dois dias depois, na quarta-feira, após notícia publicada pelo Expansão. Em causa esteve uma dívida acumulada superior a seis meses, de acordo com a EPAL.

A empresa voltou a ligar a água ao terminal doméstico, mas manteve a zona dos voos internacionais sem água. "Uma situação que se arrasta há mais de cinco anos", altura em que, segundo uma fonte, a Empresa Pública de Águas de Luanda cortou a água ao terminal de voos internacionais. Nas duas vezes em que a EPAL cortou a água levou os contadores e partiu a torneira (uma espécie de volante giratório), que permite a ligação entre as condutas e o aeroporto, como testemunhou o Expansão no local.

Fonte da manutenção da maior infraestrutura aeroportuária do país revelou que "há mais de cinco anos que o Aeroporto Internacional de Luanda adoptou, como alternativa, o abastecimento do tanque com cisternas que transportam água do Kikuxi".

Se, por exemplo, esta situação se arrastasse por mais tempo resultaria em grandes consequências, dada a sensibilidade das operações de um aeroporto. Os restaurantes e as casas de banho, tanto para trabalhadores como para os passageiros, ficariam sem água. Segundo a mesma fonte, é da rede da EPAL que o terminal doméstico depende para a "higienização dos aviões e também para os serviços de bombeiros que asseguram a prevenção de incidentes na pista do aeroporto". Pouco tempo depois de o Expansão noticiar o corte de água, a EPAL e a SGA - Sociedade Gestora de Aeroportos chegaram a acordo. A SGA comprometeu-se a pagar a dívida, cumprindo um plano de pagamentos acordado com a EPAL.

Clientes particulares lideram dívida

Contactada pelo Expansão, a EPAL confirma ter interrompido o fornecimento de água ao terminal doméstico do Aeroporto 4 de Fevereiro por falta de pagamento, mas escusou-se a avançar o montante da dívida. A empresa limitou-se a dizer que o pagamento está em atraso há mais de seis meses, o que atropela o contrato, que permite, no máximo, dois meses de atraso por cliente.

O director de comunicação da empresa, Vladimiro Bernardo, avançou que esta medida foi feita na perspectiva de pressionar o aeroporto a liquidar a dívida ou negociar os pagamentos. "Temos consciência que é um órgão sensível e que não podemos mantê-lo muito tempo sem água. Mas também é importante que paguem as dívidas, porque a empresa [EPAL] precisa sobreviver", sublinhou Vladimiro Bernardo.

Questionado sobre a zona do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro que está privada de água da rede há mais de cinco anos, Vladimiro Bernardo não se quis pronunciar, mas admitiu que é a "segunda vez que a EPAL faz cortes no abastecimento ao aeroporto, sendo que a primeira já foi há alguns anos". Afirmação que corresponde aos relatos de uma fonte do aeroporto, que confirma o corte há mais de 5 anos.

Estes cortes surgem após vários avisos da EPAL à SGA, no sentido de regularizar a sua situação contratual. Menos de 24 horas depois do corte, começaram as negociações que ficaram concluídas com a reposição da água ao terminal doméstico. A EPAL diz que as negociações só envolveram o terminal doméstico e não o internacional. "Ficou acordado que vão pagar o total da dívida. Mediante o compromisso que a EPAL tem com a SGA e, tendo em conta a sensibilidade do órgão, abrimos a água", informou Vladimiro Bernardo.

A EPAL diz que há ainda muitas outras empresas públicas e privadas que estão na condição de devedores e que poderão passar pelo mesmo crivo, se não saldarem as suas dívidas. Só para se ter uma ideia, a dívida acumulada pelos clientes da EPAL, actualmente, ronda os 108 mil milhões Kz, sendo 80% de clientes particulares ou domésticos, e 20% do sector empresarial: comércio, serviço, indústria e o Estado, revelou o director de comunicação institucional da empresa pública responsável pela distribuição de água em Luanda.

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