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Economia

Inflação mensal desacelera para valor mais baixo desde Abril de 2015

MAIOR OFERTA DA CESTA BÁSICA E KWANZA EM ALTA

Os dados do INE revelam que Angola está em contraciclo em relação ao resto do mundo, onde a inflação em alta empurra as economias para recessão económica. A subida de preços dos combustíveis que se verifica lá fora não acontece em Angola, onde a gasolina e o gasóleo são subsidiados.

O custo de vida em Angola cresceu 0,93% em Maio face ao mês anterior, tratando-se do valor mais baixo desde Abril de 2015, quando a inflação mensal registada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) cresceu 0,71% face a Março do mesmo ano. Trata-se do quinto mês consecutivo em que a taxa de inflação mensal, medida pela variação do índice de preços no consumidor, está a desacelerar.

Depois de ter entrado em 2022 com uma inflação mensal de 2,0%, esta tem vindo a abrandar até que o custo do cabaz que reflecte o consumo dos angolanos aumentou "apenas" 0,93% em Maio. À semelhança do que acontece com a inflação mensal, também a homóloga, medida pela variação do índice de preços no consumidor nacional num determinado mês do ano face ao mesmo mês do ano anterior, está a desacelerar, neste caso há quatro meses.

Desde Janeiro que a homóloga está a cair, passando de 27,7% no início do ano para os 24,4% no final de Maio. A desaceleração da inflação nos últimos cinco meses está, em parte, relacionada com a apreciação do kwanza face às principais moedas internacionais, pois num país que importa uma parte importante do que consome, a taxa de câmbio tem um papel muito relevante na inflação. Entre o início de Janeiro - quando a taxa de câmbio média do dólar era de 554,204 Kz - e o final de Maio - quando era de 423,356 - o Kwanza apreciou 30,9% face à moeda norte-americana. Já em relação ao euro, desde Janeiro - quando a taxa de câmbio média da moeda europeia era de 629,022 Kz - até Maio - quando a taxa era de 453,478 Kz - o Kwanza apreciou 38,7%. Entretanto, nas últimas três semanas, a moeda nacional tem vindo a depreciar, mas os efeitos nos preços demoram vários meses a concretizar-se.

Mas não só a apreciação do Kwanza nos primeiros cinco meses do ano explica a desaceleração da inflação, já que o país tem envidado esforços no sentido de aumentar a oferta de bens, sobretudo alimentares. Assim, o comportamento dos preços ao longo do ano não surpreende analistas já que a taxa de inflação tem reagido a medidas potencialmente geradoras de descidas de preços.

Há que ter em conta a suspensão de direitos aduaneiros e a descida do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) em 2022, ou o aumento da oferta de produtos da cesta básica por via da implementação da Reserva Estratégica Alimentar (REA). "Creio que o maior impacto nos preços resulta do aumento da oferta de produtos, sobretudo os da cesta básica", admite o administrador de um banco nacional.

(Leia o artigo integral na edição 679 do Expansão, de sexta-feira, dia 17 de Junho de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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