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Economia

Cortes da OPEP+ não travam queda de preço

SEMANA DE 02 A 07 DE SETEMBRO

Os receios de desaceleração da procura devido à Covid-19 na China e a valorização do Dólar reverteram o corte de 100 mil barris por dia na oferta da OPEP+ para a estabilização de preços no mercado petrolífero.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (OPEP+) estiveram reunidos na última semana e decidiram cortar a sua produção em 100 mil barris de petróleo por dia, visando estabilizar o mercado global. A decisão surge após os preços do petróleo terem registado a maior queda em dois anos. Esta decisão entra em vigor a partir de Outubro deste ano, e contraria o plano anterior que era de aumentar a produção na mesma proporção. Entretanto, este acordo da OPEP+ teve um impacto limitado nas cotações da commodity devido aos receios de desaceleração da procura dada as restrições na China com o surgimento de novos caso da Covid-19.

O barril do Brent negociado em Londres teve uma perda semanal de 4,41% para 92,27 dólares, enquanto em Nova York o West Texas Intermediate (WTI) desvalorizou 3,60% para 86,36 dólares. A pressionar os preços esteve também a valorização do Dólar devido as crescentes expectativas de mais aumentos das taxas de juros pela Reserva Federal norte-americana (Fed). Ainda no sector energético, o preço do gás natural corrigiu dos ganhos dos dias anteriores, dada a incerteza em relação a uma data prevista para a reabertura do Nord Stream 1, o gasoduto russo que leva gás à Europa.

Nas bolsas, a semana foi de perdas, numa semana em que foi publicada a inflação na Zona Euro, que atingiu 9,1% em Agosto, o valor mais alto de sempre, o que aumenta a pressão sobre o Banco Central Europeu para subida das taxas de juro. Vários membros do BCE têm estado a pressionar para uma subida mais agressiva, mesmo que a Europa entre em recessão. Os principais índices bolsistas da Europa perderam em média cerca de 1,43% e nos EUA recuaram em média cerca de 3,09%.

Por fim, importa referir que a UE apresentou um pacote de cinco medidas energéticas urgentes e de implementação imediata a nível dos Estados-membros para fazer face aos preços astronómicos de electricidade para famílias e empresas que se praticam neste momento em quase todos os países. A medida prevê um preço máximo imposto ao gás importado da Rússia, a partir deste momento.