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Economia

CPM reúne com "aperto" da política na agenda

COMITÉ DE POLÍTICA MONETÁRIA DO BNA

O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA), órgão responsável pela formulação da política monetária e cambial, realiza, na próxima terça e quarta-feira, 20 e 21 deste mês, a sua 114.ª Reunião Ordinária, em Luanda.

A expectativa é que o banco central volte a apertar a política monetária já que a inflação disparou depois da desvalorização em quase 40% do kwanza face ao dólar verificada entre Maio e Junho, bem como da subida do preço da gasolina em Junho, quando passou de 160 Kz para os actuais 300 Kz.

Isto porque na última CPM realizada no final de Setembro, o banco central acabou por desvalorizar a inflação e manteve o curso da política monetária, mantendo a Taxa BNA em 17%, bem como as taxas de Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez e Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 17,5% e 13,5%, respectivamente. A decisão de manutenção das taxas de juro directoras foi justificada pelo facto de o CPM considerar que o aumento de preços observado, essencialmente em Agosto, "derivou de factores sazonais e da insuficiência de oferta de bens e serviços, num contexto em que a procura interna se manteve reprimida e a taxa de câmbio relativamente estável".

Só que de lá para cá, a inflação disparou, fixando-se em termos homólogos nos 16,58%, acima daquela que foi a previsão do BNA até ao final do ano, avançada em Julho de uma janela entre 12% a 14%, depois de inicialmente ter apontado entre 9% e 11%. O próprio Governo agora aponta a uma inflação de 17%, ainda assim mais optimistas que FMI (18,8%).

O Fundo, num relatório recente, defendeu que o banco central deve apertar mais a política monetária: "É necessário adoptar este ano uma política monetária mais restritiva, tendo em conta a forte depreciação da taxa de câmbio registada recentemente, que se repercute fortemente na inflação", refere o relatório sobre a primeira avaliação pós-financiamento, publicado no final de Setembro, que invalida a anterior recomendação publicada em Março no relatório sobre as consultas ao abrigo do artigo IV, de "esperar para ver" o comportamento da economia do País antes de se tomar medidas ao nível da política monetária.