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Economia

Execução física dos projectos do PRODESI já financiados é de 26,5%

QUATRO ANOS DO PROGRAMA CRIADO PARA DIVERSIFICAR A ECONOMIA

Gestores e empresários reafirmam a necessidade do apoio do Estado no acesso ao crédito. Em um ano, a disponibilidade financeira aumentou 35,0%, para 409 mil milhões Kz, contra os 303 mil milhões registados em Dezembro de 2021. Relançamento do PAC também contribuiu para este crescimento. Mas a execução física é ainda curta

A execução física dos projectos cujos financiamentos já foram desembolsados pela banca comercial, quatro anos depois do lançamento do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), é de 26,5%, indicam os dados mais recentes publicados no site deste programa. Desde 2018, os bancos desbloquearam 409 mil milhões Kz, para o financiamento de 1.456 projectos, com destaque para a indústria transformadora, agricultura, agro-pecuária, industria alimentar, comércio, entre outros sectores.

Segundo o site do PRODESI, nos últimos quatro anos foram aprovados um total de 2.479 projectos, dos quais 1.456 já receberam financiamentos, enquanto os restantes 1.023 ainda não beneficiaram de qualquer verba. Já em termos monetários, os bancos que aderiram ao programa de financiamento ao sector produtivo e não só, aprovaram uma carteira de crédito de 846 mil milhões Kz, dos quais, 409 mil milhões, cerca de 48,4% do valor total aprovado, já foram disponibilizados. Permanecem 437 mil milhões Kz por disponibilizar.

Contas feitas, face ao final do ano passado os desembolsos aumentaram 35,0%, passando dos 303 mil milhões Kz para 409 mil milhões em Novembro de 2022.

Especialistas reportaram ao Expansão que os indicadores publicados pelo Ministério da Economia e Planeamento (MEP) relativos à evolução do crédito ao sector primário e secundário da nossa economia, ainda são baixos tendo em conta os quatro anos de vigência do programa. Ainda assim, acreditam que mais recentemente houve uma pequena evolução na análise e avaliação dos projectos submetidos à banca.

A marcha dos financiamentos, revela uma das fontes do Expansão, tem ganho algum fôlego com a recente capitalização do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA) e do Fundo de Garantia de Crédito (FGC). Mas, na prática, foi só com a publicação do Aviso 10 do BNA, em 2020, que obriga a banca a conceder crédito para não pagar multas, que o financiamento ao PRODESI disparou. Esta "linha" de financiamentos vale hoje 79% do dinheiro já desbloqueado.

Execução baixa mas empresários querem mais

Um dos constrangimentos à execução física dos projectos, apontados por especialistas ao Expansão, prende-se com o tempo que os bancos demoraram a aprovar os projectos. O site do PRODESI deixou de publicar parte dos dados, mas de acordo com o que revelava no final de 2021, a aprovação de um projecto do PRODESI pela banca demorava, em média, 21 meses, ou seja, 630 dias.

Demasiado tempo até porque neste período verificou-se uma elevada desvalorização do Kwanza, o que fez com que os valores que os empresários inscreveram nos projectos acabaram depois por não chegar para importar os materiais necessários, pelo que acabaram por inviabilizar projectos em desenvolvimento e, em alguns casos, "puseram a corda no pescoço" de alguns dos empresários.

(Leia o artigo integral na edição 701 do Expansão, de sexta-feira, dia 18 de Novembro de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)