Exportações petrolíferas crescem 13% para 16 mil milhões USD
O País exportou 193,1 milhões de barris de petróleo, equivalente a uma média diária de 1,06 milhões de barris. As receitas brutas de exportação de petróleo estão 7 mil milhões USD acima do valor estimado pelo Executivo no Orçamento Geral de Estado (OGE) 2024 de 9 mil milhões USD.
As receitas brutas das exportações de petróleo angolano cresceram 13% para 16,0 mil milhões USD no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2023 quando o Estado arrecadou um total de 14,2 mil milhões USD, apurou o Expansão com base nos dados do Ministério dos Recursos Minerais Petróleo e Gás (MIREMPET).
O aumento das receitas em 1,9 mil milhões USD no primeiro semestre deste ano em relação ao período homólogo está ligado ao aumento do volume de exportação bem como do aumento do preço médio de exportação que saiu de 77,4 USD para 81,3 USD.
No período em análise, o País exportou um total de 193,1 milhões de barris de petróleo, equivalente a uma média diária de 1,06 milhões de barris, o que representa um crescimento de 5% face aos 1,00 mil milhões do primeiro semestre de 2023.
As receitas brutas de exportação de petróleo no primeiro semestre, estão 7 mil milhões USD acima do valor estimado pelo Executivo no Orçamento Geral de Estado (OGE) 2024 de 9 mil milhões USD se convertido ao câmbio médio actual do Banco Nacional de Angola (BNA).
Vale lembrar que no primeiro semestre de 2023 verificou-se uma queda de 17,7 milhões de barris nas exportações e consequente afundanço na captação de receitas fiscais com a venda de petróleo, e registou-se também o segundo valor mais baixo de produção num I semestre desde 2020, data em que a concessionária nacional começou a publicar no seu site um resumo sobre a produção nacional de cada mês.
Quanto ao Gás Natural, a exportação de LNG, LPG e Condensados, caiu 13% no primeiro semestre do corrente ano face a igual período de 2023, altura em que o País exportou 2,3 milhões de toneladas métricas deste produto contra os 2,0 milhões deste ano, menos 313,9 milhões de toneladas métricas.
A produção média de 1,061 milhões de barris por dia registados no primeiro semestre está ligeiramente acima da média anual de 1,060 milhões de barris/dia que o Governo inscreveu no OGE 2024, mas está abaixo dos 1,10 milhões de barris/dia apontados no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027 para este ano.
Esta queda nas exportações de gás originou também a queda da receita bruta com a venda desta commodity. Assim nos primeiros seis meses o País encaixou cerca de 990,69 milhões USD em receitas brutas, contra os 1,5 mil milhões USD do mesmo período do ano passado. Ou seja, no primeiro semestre de 2024 as receitas com a exportação de gás reduziram em cerca de 558,96 milhões USD.
De acordo com os dados divulgados pelo MIREMPET durante a divulgação dos balanços preliminares das exportações de petróleo bruto e gás natural no primeiro e segundo trimestre de 2024, foram destacados como os três principais destinos das exportações do petróleo angolano, a China em primeiro lugar com 52,2% das exportações, seguida pela Índia com 10,5% e por fim a Espanha com 8,4% do total.
Além dos destinos acima citados, países como o Canadá, França, Brasil, Indonésia e os Estados Unidos da América também fazem parte da lista dos destinos das exportações do petróleo nacional.
Relativamente às companhias petrolíferas que mais exportam, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) e a Sonangol lideram o ranking e Juntas detêm 41,5% do total das exportações no primeiro semestre de 2024. De forma individual as exportações da concessionária ANPG representa 26,2% do total enquanto a Sonangol é responsável por 15,3%, resultado das participações que detém nos blocos. Quanto às companhias internacionais, a Azul Energy e a Total Energy vão na frente com 16,0% e 12,1% respectivamente.
É ainda destaque nos relatórios do MIREMPET as principais ramas comercializadas, com destaque para a Dalia, com uma participação de 12,5% das exportações, a Mostarda com 11,9%, Nemba com 8,4%, Clov 7,2% e a Pzflor com 7%.
Importa ainda lembrar que no ano passado (2023) as receitas brutas de exportação de petróleo angolano encolheram 44% em comparação com 2014, devido à diminuição da produção em território nacional e que é resultado do declínio natural do tempo de vida dos poços petrolíferos. Em 2014, Angola produzia em média, 1,672 milhões de barris/dia, enquanto em 2023 produziu 1,105 milhões barris/dia. Para o I semestre deste ano a média voltou a cair, agora para 1,061 milhões barris/dia.