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Economia

Inflação e juros assustam mercados

SEMANA DE 10 A 15 DE JUNHO

As perspectivas de subida mais agressivas das taxas da Fed deixaram os mercados financeiros a negociar em perdas consideráveis, numa semana em que o BCE marcou uma reunião com urgência para discutir também a sua política monetária.

A elevada inflação e os próximos passos dos grandes bancos centrais agitaram os mercados na última semana. Nos EUA a inflação homóloga atingiu o maior nível dos últimos 40 anos (8,6%), deixando os mercados expectantes em relação à actuação da Reserva Federal norte-americana (Fed), o banco central do País, sobre uma aceleração no ritmo de aumento da sua taxa directora (Fed funds rate).

A semana passada ficou igualmente marcada pela realização de uma reunião de emergência no Conselho do Banco Central Europeu (BCE), com foco no sell-off generalizado que se assiste nos mercados mundiais e no agravamento dos juros das dívidas soberanas dos países. Realçar que o BCE sinalizou na última semana que poderá vir a efectuar subidas das taxas de juro em Julho e em Setembro, invertendo o discurso que tinha sido dominante até ao momento.

Com todas estas movimentações, os investidores têm reagido com receio ao agravamento das políticas monetárias dos bancos centrais, temendo que um aumento mais expressivo das taxas de juro directoras possa conduzir a uma recessão económica mundial. Esta perspectiva preocupou os mercados na última semana, tendo se verificado uma queda média superior a 9% nos EUA e 6% na Europa.

No continente asiático, os índices bolsistas recuaram em média 2%. A perspectiva de um aumento exponencial das taxas juros poderá afectar a negociação do crude, uma vez que o fortalecimento do dólar encarece os preços de activos denominados nesta divisa, podendo gerar uma correcção nos preços. De referir que na última semana, o petróleo recuou mais de 2%, negociando nos 121,45 dólares por barril em Londres (Brent) e 119,10 dólares por barril em Nova York (WTI). A semana foi naturalmente positiva para a divisa norte-americana, com o índice DXY, que mede o dólar face às congéneres, ganhou mais de 2,75%.

Por fim, destaca-se o relatório mensal da Agência Internacional de Energia (IEA), divulgado na quarta-feira, que apontou que a procura mundial por petróleo aumentará mais de 2%, para um recorde de 101,6 milhões de barris por dia (bpd) em 2023, embora os preços altos da commodity e as previsões económicas enfraquecidas diminuam as perspectivas futuras. Segundo a AIE, a China deverá liderar este incremento em 2023, à medida que emerge dos lockdowns contra a Covid-19