A mudança operada pelo Instituto Nacional de Estatistica (INE) do ano de base das Contas Nacionais de 2002 para o ano de actualização de 2015, bem como a migração do Sistema de Contas Nacionais (SCN) de 1993 para 2008, melhorou o crescimento económico do País ao longo de mais de duas décadas e permitiu suavizar a recessão que ocorreu entre 2016 e 2020.

Esta alteração ao ano base e a migração do SCN, segundo o INE, visa adaptar novas metodologias e aproximar a estrutura económica à realidade do País. "As diferentes mudanças ocorridas ao longo do tempo permitem-nos aferir que a estrutura económica do referido ano [2002] está muito longe de ser comparada à actual. Por este facto, as recomendações internacionais aconselham mudanças do ano de referência, de 5 em 5 anos", refere o INE.

O INE irá abandonar a abordagem do SIFIM (Serviço de Intermediação Financeira Indirectamente Medido), como actividade fictícia, admitida ainda no SCN1993, para a sua distribuição nas actividades económicas, como Consumo Intermédio.

O INE procedeu ainda a um conjunto de alterações que passam por uma revisão às classificações das actividades económicas bem como de metodologias.

Das actuais 33 actividades da Nomenclatura de Produtos e Actividades (NPA) passam a figurar 38, o que implicará desagregação e ajustamentos. Dos actuais 77 produtos e grupos de produtos da NPA, o INE passará a ter 145 produtos. Os Serviços Postais e Correios, inicialmente identificado na Actividade de Telecomunicações, foram transferidos para Actividade de Transporte.

Já as Consultorias, Programação Informática e Serviços de Informação e outros relacionados, inicialmente identificados na Actividade de Serviços prestados às Empresas, foram transferidos para a Actividade de Informação e Comunicação. Quanto às Actividades de Televisão, Rádio, Cinema, Vídeos e Produções afins, inicialmente identificados em Outros Serviços Prestados, foram transferidas para a Actividade de Informação e Comunicação.

Por outro lado, é criada a classificação Produto Serviço de Fabricação, que será inerente a todas as actividades de Fabricação.

Com estas alterações, segundo o INE, em 2015 o PIB aumentou 13,31% na passagem da base 2002 com base na metodologia de 1993 para a base 2015 com metodologia de 2008. Contas feitas, em vez de a criação de riqueza em todo o País em 2015 ter sido de quase 13,7 biliões Kz (101,2 mil milhões USD), foi de quase 15,6 biliões Kz (115,0 mil milhões USD). De destacar que em 2015, com estas alterações, a categoria Agricultura, produção animal, caça e floresta passou de um peso de 5,7% no PIB para 12,0%, enquanto a Extracção de petróleo bruto e gás natural passou de 22,0% para 16,1%. O INE justifica a evolução do peso da agricultura com o facto de vários inquéritos, como o realizado ao emprego, mas também o sobre as Despesas e Receitas dos orçamentos familiares (IDR) realizado entre os anos 2018/2019, o inquérito sobre a estrutura de custo para as principais culturas e os levantamentos administrativos feitos ao sector em causa, terem permitido estimar a produção do sector com maior grau de cobertura.

Quanto à queda no peso do petróleo, justifica com o facto de com a reclassificação feita em algumas empresas que antes estavam agregadas como serviços petrolíferos terem passado para outras actividades fruto das disponibilidades de informações desagregadas. Olhando para o quadro de evolução do PIB entre 2002 e 2022, verifica-se que apenas em 2017 não houve qualquer alteração entre o crescimento verificado naquele ano após o processo de alteração do ano de referência das Contas Nacionais, denominado rebasing, que manteve a mesma recessão de 0,14%.

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