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Economia

Preços dos materiais de construção aumentam e gestores falam em escassez

INQUÉRITO DO INE

O aumento das exportações e a maior procura estão a pressionar os preços. Associações empresariais reconhecem que a conjuntura económica melhorou e os operadores estão mais optimistas. A saída da recessão em 2021 também contribuiu para a recuperação do sector e da actividade económica.

Entre Junho de 2021 e Junho de 2022, os preços dos materiais de construção cresceram 20,7%, indicam os dados do Índice de Preços dos Materiais de Construção (IPMC) divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Contas feitas e com base nos dados do INE, durante o período em referência o indicador apontou para uma evolução inflacionista dos preços que saiu de uma base de referência de 146,2 em finais de Junho do ano passado, para um valor de 176,5 em Junho de 2022.

Os operadores falam da escassez de materiais de construção no mercado porque grande parte dos fornecedores afastou-se de Angola na sequência da recessão e da crise no sector. O INE indica no seu relatório sobre a evolução do mercado da construção civil que as vendas dos materiais de construção, no mês de Junho, registaram um aumento de 0,3% face ao mesmo mês do ano anterior. Em termos homólogos, entre os grupos de materiais de construção, a madeira e o contraplacado registaram o maior aumento nos preços com 27,8%, seguidos pelas vigas, vigotas e ripas com 25,8% e o aço e alumínios com 23,2%.

Quanto ao peso no índice, os grupos que mais contribuíram na variação do IPMC do mês de Junho são o aço e areia com 0,1 pontos percentuais (pp). Os industriais das empresas de materiais de construção indicam também que a maior procura que se regista no mercado tem impulsionado a marcha inflacionista dos materiais de construção.

Por outro lado, a implementação do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) parece ter animado o sector da construção. Os operadores reconhecem que também há cada vez mais exportações dos materiais de construção, mas reconhecem que o cepticismo vai baixando, antecipando uma conjuntura económica mais positiva. No entanto, persiste a falta de novas encomendas ou carteiras de obras.

Nos últimos sete anos, a construção foi o sector que mais sofreu com a crise económica, obrigando muitas empresas a encerrar as portas, situação que ajudou a disparar o desemprego no País. O sector da construção, em Angola, antes de 2014, era um dos mais dinâmicos ao nível da criação de empregos devido ao "boom" propiciado pelos investimentos públicos e pela ideia do "canteiro de obras" associada à reconstrução nacional depois do fim do conflito, em 2002.

(Leia o artigo integral na edição 685 do Expansão, de sexta-feira, dia 29 de Julho de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)