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Economia

Ramo Vida precisa de novos produtos e nova abordagem

SEGUROS DE GRANDE POTENCIAL

Vale apenas 3% do mercado segurador, mas os especialistas ouvidos pelo Expansão concordam que o ramo Vida tem bastante potencial. Para o aproveitar, as principais seguradoras têm de trazer uma abordagem diferente e criar produtos novos que se adaptem à nossa realidade.

O ramo Vida abarca os seguros de morte, de renda, seguro de nupcialidade e de natalidade, seguros ligados aos fundos de investimento, operações de capitalização, que abrangem as operações de poupança e operações de gestão de fundos colectivos de pensões. Na verdade, conceitos que estão ligados à poupança e que exigem um maior conhecimento na gestão das finanças pessoais.

A falta de conhecimento do mercado segurador por grande parte da população reflecte-se na pouca procura destes produtos. A percentagem de 3% do ramo Vida no total dos prémios, aos "olhos" dos operadores do mercado, está abaixo do que seria de esperar, tendo em conta a realidade em outros países, mas é um segmento com uma grande margem de crescimento, sendo necessário que as principais seguradoras tragam alguma inovação para esta área.

Uma oferta mais adaptada à realidade do País e não apenas a replicação dos produtos tradicionais Carlos Barreira, especialista em seguros, defende que o seguro de vida pode ser desenvolvido em diversas vertentes, destacando que a principal é a disponibilização de um capital em caso de falecimento ou invalidez à pessoa segurada ou seus beneficiários, com o objectivo de suprir, no curto prazo, a redução de rendimento decorrente.

"Este benefício tem sido, em Angola, utilizado fundamentalmente como contra-garantia para créditos bancários, aparecendo também alguns operadores a comercializar o seguro de funeral, que na sua essência é, também, um seguro de vida", esclarece, acrescentando: "Mas há outros formatos, por exemplo, a criação de uma bolsa de estudos para os filhos, a protecção de rendimentos, a junção com produtos de investimento. Diria que o principal condicionador da inovação é o rendimento disponível das famílias. A falta de potenciais clientes leva a que os operadores não saiam da zona de conforto dos produtos tradicionais, que conhecem melhor".

Para o especialista, a inovação do ramo Vida passa também pela qualificação dos técnicos que criam os produtos e a especialização das redes comerciais. Como o ramo vida é fundamentalmente associado ao canal bancário, as seguradoras não sentem uma grande necessidade de inovação e, como as redes comerciais, directas, corretores e mediadores, ao sentirem que estes produtos têm um canal de distribuição preferencial, também apostam pouco na aquisição de conhecimentos deste segmento e na melhor forma de vender estes produtos.

"A seguradora que desenvolver profissionais habilitados nestes produtos e em técnicas de vendas, para que logo que o mercado sinta a necessidade e manifeste apetência para este tipo de produto esteja pronta, então será vencedora", acrescenta.

(Leia o artigo integral na edição 687 do Expansão, de sexta-feira, dia 12 de Agosto de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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