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Economia

Reserva Estratégica Alimentar ainda não comprou bens alimentares no País

TRÊS MESES DEPOIS DO SEU LANÇAMENTO

Já foram injectados no mercado 128 mil toneladas de produtos diversos, das 390 toneladas importadas até agora. O País espera receber nos próximos dias 19 mil toneladas de feijão e 30 mil toneladas de farinha de trigo. O lançamento da REA é contestada por uns e aprovado por outros, mas todos defendem que o mercado interno de bens deve ter prioridade nas aquisições.

Até agora, a Gescesta, empresa que gere a Reserva Estratégica Alimentar e que conta com um capital de 200 milhões USD, ainda não comprou nenhum produto de origem nacional e o recurso às importações parece o caminho certo para garantir a estabilidade de produtos alimentares no mercado interno. A informação foi avançada ao Expansão, pelo coordenador da comissão de Gestão do Entreposto Aduaneiro e presidente da comissão para a contratação da entidade gestora da REA, Eduardo Machado, que garantiu que estão em curso estudos para o cadastramento do quanto é produzido no País e o seu custo real, ou seja, decorre o processo de avaliação dos custos de aquisição de bens alimentares no mercado interno.

Além disso, acrescem os custos por tonelada métrica, que pesam no preço. Eduardo Machado disse que uma tonelada métrica de milho, em Angola chega a custar 400 USD, enquanto noutras latitudes o mesmo produto chega ao preço de 270 USD.

O investigador da Universidade Agostinho Neto, Fernandes Wanda, diz que a pirâmide foi invertida, ou melhor, "o processo deveria ter começado de dentro e não ao contrário (começando de dentro o Governo poderia ter trabalhado com os produtores nacionais com vista à redução dos custos de produção e aumento da competitividade igualando depois aos preços dos produtos importados, faltou, em nosso entender, paciência e visão para se criar capacidade produtiva interna)".

Já Eduardo Machado disse que, antes da guerra na Ucrânia, o País recorria ao mercado russo para aquisição de cereais, mas agora o mercado das importações da REA é a Argentina. Esta mudança, como esclareceu, chega a custar 70 USD a mais do que os bens adquiridos na Rússia. Reconhece, por isso, que os efeitos da guerra já se fazem sentir nos alimentos e lembra que é preciso criar competitividade com os produtos nacionais para reduzir as importações.

Nos últimos três meses, entraram no País 390 mil toneladas métricas de diversos produtos definidos para a reserva e deste total, 33%, ou seja 128 mil toneladas, já foram injectadas no mercado, restando actualmente 263 mil toneladas, entre feijão, milho, trigo, óleo alimentar, açú[1]car e outros produtos. Eduardo Machado lembrou que o País aguarda a chegada, nos próximos dias, de 19 mil toneladas métricas de feijão e 30 mil de farinha de trigo. O objectivo, disse Machado, é atingir as 520 mil toneladas métricas de diversos produtos e manter a estabilidade dos preços.

Reconhece que, na segunda fase da implementação da REA, parte dos produtos importados serão adquiridos no País. Constituída com o objectivo de regular o mercado dos preços dos produtos da cesta básica, a REA foi entregue à Gescesta, empresa constituída em Maio do ano passado e que actualmente é apenas do grupo Carrinho

(Leia o artigo integral na edição 671 do Expansão, de sexta-feira, dia 22 de Abril de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)