Ermenegildo Zegna abre loja em Luanda
Angola é um dos países escolhidos para a expansão da marca italiana de produtos de luxo em 2014.
A Ermenegildo Zegna planeia abrir entre 20 e 30 lojas em 2014, de Angola aos Emirados Unidos, noticia a agência Bloomberg. Os mercados emergentes de luxo são a tábua de salvação da empresa, cujas receitas o CEO diz estarem sob pressão devido a uma menor procura na China e ao iene fraco.
"Outubro e Novembro não foram bons meses de um modo geral", disse Ermenegildo Zegna, a 11 de Janeiro, em entrevista em Milão. "O primeiro semestre de 2014 ainda terá esse ritmo mais lento, que, espero, se recuperará no segundo semestre", disse, prevendo um crescimento inferior a 10 por cento no final do ano.
A perspectiva de Zegna contrasta com comentários mais optimistas, na semana passada, do CEO da Swatch AG, Nick Hayek, que previu um "crescimento dinâmico" para todo 2014 após um "começo forte", o que aumentou as acções da fabricante dos relógios Omega.
O sector de produtos de luxo cresceu 2 por cento em 2013, o ritmo mais lento em quatro anos, porque as oscilações cambiais desfavoráveis pesaram sobre o crescimento e porque a procura diminuiu na China. Decorre naquele país asiático uma ofensiva contra os presentes dados por funcionários do Governo.
As flutuações cambiais reduziram em 3 por cento as vendas da Zegna no ano passado, disse o CEO. A receita cresceu a um ritmo de "um dígito" na China, uma desaceleração em relação a 2012, enquanto as vendas europeias teriam caído se não fossem os gastos dos turistas na região, disse Zegna.
"O único dado realmente positivo" são os Estados Unidos, disse o executivo. "Vimos uma tendência positiva que começou no decorrer do ano passado e que acreditamos que continuará".
A fabricante de casacos de 390 mil Kz não forneceu números de 2013. A Zegna reportou uma receita de 168 mil milhões Kz em 2012.
Elevando os preços
A Zegna elevou os preços para compensar parte das oscilações cambiais em países como o Brasil, Índia, Japão, Coreia e Turquia, disse o CEO. Contudo, "não pudemos transferir todos" os custos para os consumidores, disse Zegna.
"Quando tem de ajustar esses preços ao longo do ano, vcria uma distração para o consumidor, que pode decidir adiar as compras no mercado interno", disse Zegna.
Embora Zegna preveja uma valorização do dólar em relação ao euro neste ano, aumentando as margens da empresa com sede em Trivero, Itália, acrescentou que não espera um fortalecimento do iene, preferindo não especificar quais são suas taxas de cobertura.
Para além da expansão que abrange Angola em 2014, entre as outras áreas de investimento em destaque está a de acessórios de couro, que está a ter um bom desempenho, e o on-line, disse o CEO.
Zegna também descartou a venda de acções, de forma pública ou privada, num momento em que o sector se está a consolidar.
"Ainda há espaço para empresas individuais como a nossa, que podem caminhar com suas próprias pernas e lutar de forma independente", disse Zegna. "Queremos continuar a ter capital fechado. A família está unida".
Bloomberg / Expansão