A pandemia quase enterrou a Hertz e colocou-a num leilão disputado pelos chamados "fundos abutres", salvou-se no último minuto em Maio último, agora parece ressurgir das cinzas com a compra de 100 mil carros eléctricos que Elon Musk está longe de garantir. Os atrasos das entregas da Tesla começam a ser proverbiais.

No entanto, a Hertz está hoje nas mãos de dois fundos, Knighthead Capital e Certares, que mais do que engenharia financeira parecem ter uma visão do que querem para a Hertz, que, em Maio, foi avaliada em 7 mil milhões de dólares. Seis meses depois vale o dobro, e isto depois de uma recuperação vertiginosa das viagens.

Enquanto isso, há a encomenda à Tesla, que fez saltar as acções da empresa para o valor histórico de um bilião de dólares. Ou seja, a Tesla e a Hertz valorizaram-se mutuamente. A 30 mil dólares por veículo, a Hertz vai pagar à Tesla 3 mil milhões de dólares.

Mas há um problema, esta semana, Elon Musk veio dizer que não há qualquer contrato assinado entre a Tesla e a Hertz, e isto depois das acções da Tesla terem sido valorizadas em cerca de 12,6%.

No Twitter, Musk escreveu: "Gostaria de sublinhar que ainda não foi assinado nenhum contrato", com a Hertz a dizer a vários órgãos de comunicação social que a entrega de carros já começou.

No entanto, a Hertz não confirmou nem desmentiu Musk, ou seja, não se sabe se foi ou não assinado um contrato, dando a lacónica resposta que não discutem detalhes dos seus contratos em público.

Mas porque é que Elon Musk está a minimizar o negócio com a Hertz? Porque, dizem os analistas, o negócio parece ser mais favorável à Hertz do que a Tesla e isso terá irritado Musk, que também se pode ter irritado com o facto da Hertz, e depois do seu processo de quase falência, se estar a aproveitar desta encomenda à Tesla como forma de recuperar o seu prestígio quase perdido.

Além do mais, a Tesla não precisa da Hertz, e para que isso fique claro, Musk explicou à Hertz que, e ao contrato de outras rent-a-car, para eles não haverá descontos.