O lucro das quatro maiores seguradoras, nomeadamente a Ensa, Sanlam, Nossa, e Bic Seguros caiu 33% para 16.419 milhões Kz em 2021 face a 2020, em que os resultados líquidos foram de 24.663 milhões Kz, de acordo com cálculos do Expansão com base nos relatórios e contas de 2021. Apesar do conjunto registar esta queda, a verdade é que as três maiores seguradoras privadas (Sanlam, Nossa Seguros e Bic Seguros) tiveram resultados positivos, mais 2%, mas foram influenciados pelos lucros da Ensa Seguros que registou uma queda de 47% para +9,3 mil milhões em 2021 face ao +17.673 mil milhões Kz registado em 2020, ou seja, a maior queda do agregado, embora mantendo resultados positivos.

A companhia que no ano passado teve um resultado histórico fruto do saneamento da sua carteira, justificou que este resultado esteve relacionado com a apreciação da moeda. "Em 2020, houve uma desvalorização da moeda nacional e teve um impacto positivo nos investimentos indexados a moeda estrangeira, contribuindo no resultado. Mas, em 2021, a situação foi inversa, ou seja, os investimentos tiveram resultado significativamente inferiores face ao ano anterior devido à valorização da moeda nacional", justifica, Ildo Nascimento, administrador da Ensa Seguros.

Apesar da quebra dos lucros, os prémios cresceram 15% para 97,8 mil milhões Kz. O seguro de saúde, petroquímica, acidentes de trabalho e automóvel representaram 89,3% do total dos prémios brutos emitidos (PBE). Os fundos próprios atingiram 44,8 mil milhões Kz, apresentando assim um crescimento de 114% nos dois últimos anos do exercício margem de solvência da seguradora cifrou-se em 160%, acima dos limites regulatórios. A empresa conta com 578 colaboradores.

Prémios crescem 22%

Os prémios emitidos pelo acumulado das quatro seguradoras registaram um crescimento de 22% para 183.767 milhões Kz face aos 150.959 milhões Kz registados em 2020. A Sanlam, antiga Saham Angola Seguros, a segunda maior seguradora do mercado com uma quota de 13,76%, cresceu 13% para 804 milhões Kz. Os prémios brutos emitidos pela empresa tiveram um crescimento de 20% para 36.903 milhões Kz, face a 2020. Apesar da conjuntura económica, a seguradora explica que a dinâmica comercial permitiu superar os níveis de produção de alguns ramos relativamente ao ano de 2020.

Dos sectores com crescimento positivo destacam- -se os da petroquímica, incêndio e elemento da natureza, acidentes, doenças e viagem. O conjunto dos ramos acidente, doença e viagem cresceu 23% como resultado de novos negócios angariados ao longo de 2021 e retenção dos já angariados em períodos anteriores, em particular do ramo saúde, que representa 44% do total dos prémios. "O ramo automóvel teve uma perda de representatividade no portfólio da seguradora. As contínuas dificuldades resultante da situação macro-económica tem conduzido à redução de clientes e, noutros casos, à redução de coberturas por parte de alguns clientes que prescindem dos danos próprios e permanecem somente com a responsabilidade civil".

(Leia o artigo integral na edição 676 do Expansão, de sexta-feira, dia 27 de Maio de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)