Acesso a divisas é o maior desafio ao investimento, dizem gestores de topo
A inflação, morosidade dos processos burocráticos e o acesso a financiamentos e o ambiente legal regulatório estão entre os grandes desafios em matéria de investimentos no País. Para 70% dos gestores, a escassez de mão-de-obra qualificada é a principal barreira ao desenvolvimento empresarial.
O acesso a divisas é o principal desafio enfrentado pelas empresas em Angola, o que compromete os investimentos, de acordo com as respostas de gestores de topo ao estudo da consultora PwC "Barómetro dos gestores em Angola".
Este estudo revela que o investimento em Angola enfrenta uma série de desafios que podem dificultar o desenvolvimento e a operação eficaz das empresas, tendo 93% dos 43 gestores de topo referido que o principal constrangimento que enfrentam é, precisamente, o acesso a divisas.
Também foram identificados outros grandes desafios como a inflação (70%), a morosidade dos processos burocráticos (53%), o acesso a financiamentos (47%) bem como o ambiente legal regulatório (44%). Ainda assim, um terço dos gestores pretende fazer novos investimentos em 2024 e 43% acredita que o volume de negócios da sua empresa vai aumentar.
De acordo com a pesquisa conjunta da Pwc, da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola (CCIPA) e da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), para 70% dos gestores a escassez de mão-de-obra qualificada representa uma barreira ao escorreito desenvolvimento empresarial, sendo necessária uma aposta séria na formação técnico-profissional que possa também responder ao desafio demográfico que se vai verificando no país.
"A contratação de colaboradores competentes em Angola é um factor crítico para o sucesso das empresas num mercado competitivo e em desenvolvimento. No entanto, o processo de recrutamento e selecção enfrenta vários desafios como o facto do sistema educativo em Angola ainda estar em fase de desenvolvimento e a complexidade burocrática na obtenção de vistos de trabalho para estrangeiros", revela o estudo.
Pessimismo impera
Quanto às expectativas de crescimento da economia nacional, os gestores de empresas estabelecidas em Angola, que participaram no Barómetro 2024, mostraram-se maioritariamente pessimistas, já que 72% manifestaram alguma apreensão face ao actual contexto económico.
Já em matéria dos desafios geoestratégicos globais relativamente ao impacto esperado nos negócios, o preço do petróleo e o preço das matérias-primas são as principais preocupações das empresas no País.
De acordo com José Bizarro Duarte, da PwC, que falava durante a apresentação do relatório esta quarta-feira, o estudo teve como factor motivacional agregar de forma sistematizada e metodologicamente organizada um conjunto de preocupações dos gestores responsáveis pela criação de empresas e consequentemente de empregos necessários para o desenvolvimento da economia.
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