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Empresários e gestores estão mais confiantes, turismo deixa pessimismo sete anos depois

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Depois de mais de seis anos em pessimismo, hoje há mais empresários confiantes do que pessimistas na evolução da economia no curto prazo, o que acontece pelo segundo trimestre consecutivo. Sector da construção continua a ser o que tem empresários e gestores mais pessimistas. Já o da comunicação é o que tem os mais confiantes.

A confiança dos empresários e gestores voltou a crescer no I trimestre de 2022, mantendo-se pelo segundo trimestre consecutivo em terreno positivo, depois estarem seis anos pessimistas. Destaque para o sector do turismo, onde a confiança quebrou o pessimismo que imperou no empresariado durante 27 trimestres consecutivos, quase sete anos, de acordo com o relatório sobre a Conjunto Económica divulgado a semana passada pelo do Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

O Índice de Clima Económico (ICE) divulgado agora pelo INE mede o Índice de Confiança (IC) de sete sectores de actividade nomeadamente Indústria Transformadora, Construção, Comércio, Transportes, Indústria Extractiva, Turismo e Comunicação. Baseia-se na opinião de empresários e gestores dos sectores sobre as perspectivas de desempenho do respectivo ramo de actividade no curto prazo e incidiu fundamentalmente sobre a actividade actual das empresas, perspectivas de negócios, produção e a criação de emprego por parte dos agentes económicos.

O principal indicador (o ICE), que reúne a opinião sobre os sete sectores, aponta uma conjuntura favorável para o desempenho da economia no curto prazo, embora persistam ainda alguns constrangimentos. Em termos globais, a confiança dos empresários subiu cinco pontos entre Janeiro e Março, saindo dos 1 pontos, no IV trimestre de 2021, para os 6 pontos entre Janeiro e Março. Ou seja, há cada vez menos empresários com respostas negativas em relação à evolução da economia, pelo que agora há mais empresários optimistas em relação aos pessimistas.

Entre os sete sectores avaliados, apenas um está em terreno negativo, ou seja, há mais empresários e gestores pessimistas do que confiantes na economia. Trata-se do sector da construção, um dos mais afectados pela crise que impera em Angola há vários anos. Ainda assim, depois de a economia angolana ter saído da recessão em 2021, o pessimismo dos empresários da construção até diminuiu no arranque de 2022, com o Índice de Confiança deste sair a sair de -10 para -5, distante dos mínimos históricos atingidos no quarto trimestre de 2015, quando o indicador se fixou nos -74 pontos, naquele que segundo empresários e gestores consideram ter sido o período mais negro da indústria da construção do País, tendo em conta as várias empresas que fecharam portas e os milhares de angolanos e estrangeiros que perderam os seus postos de trabalho.

Apesar de pouco a pouco o IC do sector se estar a aproximar do terreno positivo, o economista José Lopes explica que "a falta de transparência, rigor e equidade nos procedimentos de contratação nas obras públicas, vigorando o clientelismo e algumas atitudes monopolistas condicionam o princípio da concorrência e das vantagens económicas neste sector."

Já o presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, apesar de o sector da construção ter vindo a ganhar algum fôlego e a recuperar, pese a conjuntura ser desfavorável para o sector, no seu entender está ainda longe do "boom" de 2009 quando o indicador se fixou nos 59 pontos positivos. "A pressão do passado está a reduzir e as empresas que resistiram à crise já sentem que os negócios estão a renascer, apesar da reduzida carteira de encomendas e algumas dificuldades financeiras", disse o "patrão dos patrões".

(Leia o artigo integral na edição 679 do Expansão, de sexta-feira, dia 17 de Junho de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)