A gestão e manutenção de activos assume uma importância enorme no desenvolvimento económico dos países, sendo que em Angola este é um problema maior, uma vez que a maioria das infra-estruturas tem períodos de vida mais curtos que o normal, que os orçamentos são feitos com uma percentagem muito baixa de despesas correntes face aos investimentos, onde não existe uma cultura de manutenção e preservação dos activos.

A forma de gestão na maioria dos sectores, com destaque para as instituições públicas, sempre privilegiou a compra, o investimento, sem se preocupar com a manutenção e o funcionamento. Quando se olha para os equipamentos, a perspectiva é que se estraga, compra-se outro. Quanto às infraestruturas (aplica-se a escolas, postos de saúde, estádios, instalações de instituições, etc.), o importante é inaugurar mais e mais. Cuidar das que existem ou garantir o funcionamento das que foram inauguradas nunca foi uma prioridade.

A Associação Angolana de Manutenção e Gestão de Activos (AAMGA) nasceu neste contexto em 2013, formalmente com uma associação sem fins lucrativos, com o objectivo de remover e apoiar o intercâmbio entre pessoas singulares ou colectivas no sentido de desenvolver a tecnologia, métodos e outras áreas de manutenção e gestão de activos físicos, contribuindo para a consciencialização da importância das funções desta área, fomentando a divulgação das técnicas da manutenção e gestão de activos físicos.

Em vésperas de mais um congresso, o presidente da AAMGA, Vicente Inácio, explica que "este 4.º congresso é muito especial, uma vez que acontece depois da pandemia, que impôs restrições a actividades com participação presencial, o que limitou fortemente a realização de eventos deste tipo e o encontro de pessoas, empresas e instituições no mesmo espaço físico".

E acrescenta: "O objectivo é reunir pessoas, empresas e instituições com interesse nesta área de actividade para apresentar e discutir ideias e trabalhos desenvolvidos em diversos temas que se relacionam com a "Manutenção e a Gestão de Activos como Alavanca do Desenvolvimento Sustentável". Será seguramente um momento de promoção desta actividade, de partilha de conhecimento e de convívio entre todos os participantes.

Em paralelo vai realizar-se o 9.º Encontro de Manutenção dos Países de Língua Oficial Portuguesa (EMPLOP), que tal como explica Vicente Inácio, "foi criado em conjunto com a Associação Portuguesa de Manutenção Industrial e Gestão de Activos, APMI, tendo a sua primeira edição sido realizada em 2013, no 12.º Congresso Nacional de Manutenção da APMI, que se realizou em Cascais, Portugal".

O EMPLOP realiza-se todos os anos, de forma alternada em Portugal e em Angola, em simultâneo com o Congresso de cada associação, APMI e AAMGA. "O objectivo destes encontros é reunir pessoas, empresas e instituições de Angola, de Portugal e de outros Países de Língua Oficial Portuguesa com interesse na Manutenção para apresentar e discutir ideias e trabalhos desenvolvidos em diversos temas que se relacionam esta área de actividade. Além dos participantes oriundos de Angola, também participarão nesta edição representantes da APMI e de empresas portuguesas. Será uma boa oportunidade para trocar ideias", acrescenta o presidente da instituição angolana.

De uma forma genérica serão abordados neste congresso temas como a Normalização em Angola, as normas NA ISO 55000 de Gestão de Activos, a Manutenção e Gestão de Activos no sector aéreo e no sector petrolífero, o papel da Manutenção na produtividade das empresas, o impacto da Segurança e Saúde na Manutenção e Gestão de Activos e o uso da tecnologia na Manutenção e Gestão de Activos.

A abordagem será enquadrada nos sectores da Indústria Transformadora, Agricultura e Pescas, Petróleos, Saúde, Urbanismo e Construção, Transportes, Telecomunicações, Energia e Águas. Recorde-se que qualquer pessoa ou empresa pode participar nesta iniciativa, bastando para tal inscrever-se no site do Congresso, onde encontra a ficha de inscrição, assim como outras informações úteis: www.4cnmga.com.