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Mediadores já valem 18% das vendas totais de apólices de seguros no País

APESAR DA NOVA LEI AINDA NÃO TER SIDO PUBLICADA

A importância dos mediadores no negócio global dos seguros continua a crescer, sendo necessário melhorar a formação dos profissionais e a confiança no seu trabalho. Todos estão de acordo que estes podem ajudar a aumentar a diminuta taxa de penetração que o produto tem no nosso mercado.

Os mediadores colectivos que operam no mercado segurador contribuíram com 18%, 55.130 milhões Kz, do total dos prémios arrecadados pelas seguradoras em 2023, avaliados em 369.327 milhões Kz, de acordo com cálculos do Expansão com base no relatório do mercado da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG).

Nestes resultados, o ramo vida tem apenas um peso de 1%, equvalente a 331 milhões Kz, apesar de ser o ramo que mais tem crescido no sector nas vendas de seguros, mas tem acontecido através do bancassurance e essas vendas não são contabilizadas na carteira dos mediadores. Este foi um dos temas mais discutidos aquando da aprovação da nova lei dos mediadores, sendo que na primeira proposta, os bancos ficavam mesmo de fora da possibilidade de vender seguros. Foi depois numa discussão entre o sector e os deputados, que se chegou a uma situação equilibrada, em que a banca não está vedada de vender seguros, embora tenham sido acrescentadas algumas limitações à sua actividade como mediadores.

Já o ramo Não Vida domina as vendas de seguros com a intermediação de mediadores com uma participação de 99%, 54.798 milhões Kz. O ramo doença dominou a venda de seguros com a intermediação de mediadores, representando 30% para 17.174 milhões Kz do total dos prémios, seguido do ramo acidente com 23% para 12.858 milhões Kz. Isto acontece devido às particularidades dos seguros de saúde, onde a presença do mediador para explicar as vantagens e a ajudar na comparação entre os diversos produtos disponíveis no mercado, tem uma importância grande na venda. Isto aplica-se tanto nos clientes individuais como no mercado empresarial, onde é normal que o seguro de saúde para os trabalhadores seja tratado de forma isolada face aos outros seguros que são contratados pelas organizações. Em termos práticos, é normal a empresa ter uma empresa seguradora com quem trabalha para todos os seguros que necessita para a sua actividade, e depois uma outra apenas para os seguros de saúde dos seus trabalhadores.

Quanto ao número de apólices vendidas por acção dos mediadores, o ramo não vida registou o maior número 14.059 apólices em relação às 119 emitidas para o ramo vida, perfazendo assim um total de 14.178 apólices vendidas por intermédio da mediação. Os ramos automóveis com 5.672, acidentes com 3.579 e doença com 1.333 são os que mais apólices subscreveram, dando realce às apólices do ramo automóvel que é impulsionado pelo Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil e Automóvel, vulgo, SORCA. A diferença da contribuição dos diversos segmentos no valor e no volume das apólices atribuídas ao trabalho dos mediadores, tem a ver com os preços médios de cada apólice, que no segmento saúde são mais altos face, por exemplo, ao seguro automóvel.

Em termos de participação dos mediadores no resultado global do mercado tem registado crescimento. Por exemplo, em 2021, teve uma participação de 8%, em 2022, de 12% e agora de 18%. Está a aumentar nos últimos três anos e poderia crescer mais ainda, caso o regulador tivesse o registo da carteira dos mediadores particulares que são a maioria, mas que hoje estão fora das estatísticas.

"É cada vez mais evidente a importância dos mediadores neste segmento de mercado, e nos últimos anos tem havido um esforço de todas as partes do sector que tem estado a fazer com que outros actores do mercado começem a perceber que a mediação é um canal que não só pode tirar muita gente do desemprego, como também é um canal que pode fazer chegar o seguro onde as seguradoras não estão", refere Domingos Ventura, presidente da Associação de Mediadores de Seguros de Angola (AMSA).

Sublinha que está a realizar- -se muitas acçõe de formação em matéria de mediação, embora a qualidade possa ser questionada, mas acredita que se deve começar por algum lado, e depois o próprio mercado vai-se autorregular, identificando a qualidade que se pretende ter.

"No entanto, essa participação dos mediadores nos resultados do mercado é reflexo do aumento vertiginoso dos agentes, aliás, a mediação é um bom negócio, apesar das comissões baixas que se praticam no nosso País comparando, por exemplo, com alguns países de língua oficial portuguesa. Mas é o caminho que se vai fazendo", acrescenta, lembrando que as própria seguradoras reconhecem hoje o trabalho importante que os mediadores podem fazer para o aumento da taxa de penetração dos seguros.

Leia o artigo integral na edição 775 do Expansão, de sexta-feira, dia 10 de Maio de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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