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Startups do País enfrentam "aversão" ao risco e falta de fundos direccionados

NA RESSACA DO ANGOLA STARTUP SUMMIT 2024

O summit juntou 30 investidores a 135 expositores de startups, o que resultou em 180 rondas de negociação, mas não se sabe ainda quantos negócios foram fechados. Mais de 12 mil pessoas visitaram os stands durante os três dias, numa média de 4 mil visitas por dia, superando a edição passada.

Um dos maiores desafios do ecossistema das startups está relacionado com financiamento e "aversão" ao risco dos angolanos por falta de literacia e informação financeira, assim como a falta de um fundo de investimento direcionado ao segmento do empreendedorismo digital, agravam ainda mais este problema, de acordo com especialistas que participaram na III edição do Angola Startup Summit by Unitel, que decorreu entre 16 e 18 de Maio, no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda.

O evento, que é já a maior montra de startups do País, é uma iniciativa do Ministério da Indústria e Comércio, através do Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), produzido pela operadora de telefonia, Unitel. Esta edição teve a participação de 135 expositores, entre nacionais e internacionais, todos ávidos por captar investimento ou financiamento para escalar o seu serviço ou produto.

De acordo com Augusto Firmino, dono da startup Sócia, uma Marketplace, ao Expansão, "a aversão ao risco é ainda um problema grave que impede as startups de se financiarem".

"Se não mudarmos o modelo tradicional de investimento, que é muito focado em comprar títulos de dívida pública, que são investimentos mais seguros e de retorno garantido, vai ser muito difícil o ecossistema das startups ser preponderante na economia do País.

Para o fundador, é fundamental mudar essa abordagem, pois desta forma não estaremos a ajudar o Estado. "Com os investimentos nessas empresas aumentamos a base de tributação do Estado. Temos de apostar na nova economia e nos novos modelos de negócios. É um pressuposto até para a sustentabilidade do Estado que temos", frisou.

De modo geral, as startups em estágio inicial conseguem autofinanciar-se por se tratar de um investimento muito baixo. Entretanto, numa fase mais avançada, também designada por idealização na linguagem do ecossistema, a injecção de capital externo é primordial para lhe dar escalabilidade.

"Estamos num momento de formação neste tipo de empreendedorismo em Angola. Hoje já há uma grande preocupação com metas, analisa-se mais os números, assim com há uma busca pela qualidade, isso é fruto da maturidade dos empreendedores".

Já Paulo Renato, gerente de inovação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), disse ao Expansão que a solução para Angola pode ser a que o Brasil optou, que passou por criar mais de 40 fundos de investimento direccionados para startups.

"O nosso ecossistema de startups tem 15 anos, hoje temos mais de 20 mil startups consolidadas, entre elas 22 já são unicórnio [startups com valor de mercado acima de mil milhões USD]", disse o gestor.

Segundo Paulo Renato, o Estado tomou a iniciativa de criar os fundos e depois entregou a privados, que têm equipes de suporte que acompanham e estudam milimetricamente o segmento do empreendedorismo digital do país para uma melhor abordagem.

Entretanto, os fundos de investimento não são a única forma de as startups captarem investimento, há também os crowdfundings, os business angel (investidores anjos), e venture capital (financiamento à empresa em estágio inicial com potencial de valorizar os recursos em longo prazo), que são formas e entidades voltadas para o perfil de risco das startups.

Leia o artigo integral na edição 777 do Expansão, de sexta-feira, dia 24 de Maio de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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