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Utilizadores de telemóveis dispararam 26% para 19,4 milhões com entrada da Africell

Iº SEMESTRE

A Unitel perde os 90% da quota de mercado, mas mantém liderança do sector, seguida da Africell com 15%, correspondente a 2,9 milhões de clientes, de acordo com os dados do INACOM sobre o II trimestre deste ano. Já a Movicel está a perder fulgor, perdendo metade dos clientes desde 2019.

No I semestre de 2022 o número de utilizadores de telemóveis em Angola cresceu 26% para 19,4 milhões, o equivalente a mais 4 milhões do que Dezembro de 2021. Um número que disparou com a entrada em cena da Africell, mas também com o acréscimo dos clientes da Unitel. De acordo com cálculos do Expansão, com base nos dados do INACOM do II trimestre de 2022, dos 19,4 milhões de utilizadores de telemóvel 78% pertencem à Unitel, equivalentes a 15,1 milhões de usuários. Já a Movicel, com uma quota de mercado de 7%, mantém-se próximo dos 1,4 milhões de clientes, depois de ter perdido 1,3 milhões de clientes desde o início da pandemia.

Quanto à Africell, que teve uma entrada de "leão" no mercado angolano, o regulador refere que a operadora tem 15% dos utilizadores de telemóveis do mercado angolano, o que é equivalente a 2,9 milhões de clientes. Este número parece não parar de crescer de acordo com os dados que a operadora móvel no País partilhou recentemente com o Expansão.

Em Setembro, Gonçalo Faria, o administrador executivo da Africell, disse que até àquele mês a operadora tinha cinco milhões de clientes, isto sem aferir se estes clientes estavam a partilhar ou se tinham deixado de usar os chips da Unitel e da Movicel, tendo adiantado que a operadora considera que vai precisar de mais um tempo para saber qual é o comportamento do consumidor. "Fomos capazes de provocar uma mudança no mercado, a operadora está a conquistar a sua quota do mercado", reconhece Gonçalo Faria.

No entanto, o engenheiro de telecomunicações Eric Dário Martins considera que ainda é prematuro dizer-se que poderá acontecer um crescimento exponencial da operadora móvel no mercado, porque "novos players sempre captam atenção", mas o que vai determinar a integridade da operação e manutenção será a inovação das mesmas. Entretanto, desde que a Africell entrou em "cena" que as operadoras têm baixado os preços dos seus serviços através de campanhas, algumas delas agressivas.

A Unitel lançou o "Bazza" que, numa tradução livre, significa "vamos". É um novo tarifário que oferece um cartão "SIM" gratuito, com saldo de 200 Kz, mais 1GB para navegar na net com validade por 30 dias após activação do cartão. Já Movicel trouxe recentemente a campanha "Fezada" que se traduz, entre outras coisas por "sorte por conseguir algo". Na compra de uma recarga física de 850Kz o cliente tem direito a 5GB de dados para usar durante 7 dias. Outra novidade dos planos da Movicel é a introdução do serviço "Vip Business" no plano Karga, que custa 15 mil Kz. Ao aderir a este pacote, o subscritor tem acesso grátis ao jornal Vanguarda e ao portal Platinaline.

Já a Africell tornou as suas acções de marketing "agressivas", ao decidir colocar agentes "ambulantes" a vender cartões "SIM" e adesão directa em várias ruas de Luanda, apesar de ter assegurado que chegaria a Benguela a partir de Junho, aquando do lançamento das operações, em Abril último. Apesar de pessoas que compraram o chip da Africell que vivem na província do Bengo, por exemplo, não conseguirem efectuar chamadas, Gonçalo Faria disse que já estão fora de Luanda há algum tempo. "Temos os preparativos para lançar no Sul (Benguela, Lobito e Lubango, mais tarde). Temos algum trabalho que está a ser feito com o regulador e com os demais operadores, no sentido de organizar algumas frequências, para termos uma convivência técnica organizada", garantiu.

O administrador executivo da operadora adiantou que situações como a pandemia e a guerra impactou na cadeia logística e de distribuição. "Somos um país que infelizmente importamos a maioria daquilo que necessitamos, naturalmente estamos dependentes de parceiros no que toca a timings", salientou Gonçalo Faria.

Olhando para os dados do Instituto Nacional das Comunicações, por exemplo, desde o início da pandemia, a Unitel ganhou quase 3 milhões de utilizadores, enquanto que a Movicel perdeu quase metade de utilizadores, equivalente a 1,3 milhões, face aos 2,7 milhões de clientes que detinha há três anos, de acordo com cálculos do Expansão, com base nos dados do INACOM. Os antigos clientes da Movicel apontam o dedo à fraca qualidade de serviços de voz e internet.

Eric Dário Martins, especialista em telecomunicações destacou a "força" que a pandemia da Covid-19 trouxe ao sector das telecomunicações, aumentando o tráfego de voz e dados, sendo que os números se apresentam como positivos, visto que os serviços usados pelas infraestruturas de telecomunicações têm apontado a um crescimento exponencial, agregando assim um índice de inclusão digital significante. "Há cativação de mais players no mercado, a disponibilidade dos serviços aos cidadãos é maior, o interesse das pessoas em aderir e mesmo a globalização são factores que contribuíram", sugeriu.

(Leia o artigo integral na edição 696 do Expansão, de sexta-feira, dia 14 de Outubro de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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