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Venda de carros novos vale apenas 13,4% do total de veículos vendidos no ano passado

MERCADO AUTOMÓVEL ARRANCA O ANO DEVAGAR

Se em 2023 a venda de carros novos estava a crescer, este ano, a crise cambial e a alta da inflação está a travar a recuperação do sector. Nos primeiros três meses de 2024, as concessionárias venderam apenas 935 viaturas, equivalentes a 13,4% do total vendido em todo o ano passado. A forte desvalorização do kwanza desde Maio do ano passado retraiu as vendas no início do ano.

As vendas de carros novos nos primeiros seis meses do ano valem apenas 13,4% do total dos veículos vendidos no ano passado. Segundo as contas do Expansão, no primeiro trimestre de 2024, foram vendidas apenas 935 viaturas contra os 6.982 automóveis vendidos em todo o ano de 2023. Os indicadoras ora divulgados pela Associação dos Concessionários de Equipamentos de Transporte Rodoviário e Outros (ACETRO) indicam um arranque tímido do mercado automóvel, o que indicia uma retracção dos clientes. Os concessionários justificam o recuo com a alta dos preços dos carros novos, tendo em conta a desvalorização da moeda nacional.

A crise cambial e a inflação estão a corroer o poder de compra dos cidadãos, uma realidade que obriga muitos angolanos a estabelecer prioridades ou até a evitar gastos. Ainda sobre a retracção das vendas de veículos novos, outra fonte revelou que as incertezas sobre a evolução da economia, no curto prazo, também estão a impactar nas contas das famílias.

Olhando para os números da ACETRO, em termos homólogos, a queda nas vendas foi de 44,3%, ou seja, no primeiro trimestre deste ano foram vendidos 935 veículos, contra os 1 679 carros comercializados pelos associados da ACETRO nos primeiros três meses de 2023.

Para já os indicadores apresentados apontam uma inversão no crescimento do mercado registado nos últimos três anos, uma vez que 2020 é considerado como o pior desde que há registo. Se as vendas continuarem como as registadas nos primeiros três meses deste ano, ficam descartadas as projecções de crescimento e do optimismo do sector que indicava um quarto ano consecutivo de crescimento do mercado automóvel em Angola.

Em termos globais, entre Janeiro e Março, as concessionárias venderam 935 viaturas, equivalente a 13,4% do total das vendas de todo o ano passado, em que foram vendidos 6.982 veículos novos. A associação que conta agora com apenas 21 empresas autorizadas, metade das 40 que existiam em 2021, representa 36 construtores tradicionais de automóveis, como a Toyota, Suzuki, Hyundai, Renault, Nissan, Land Rover, Volvo e muito mais. Face aos indicadores macroeconómicos do ano passado, as concessionárias projectaram um 2024 muito optimista, mas a forte desvalorização do Kwanza, que se regista desde Maio de 2023, "matou" as perspectivas de um mercado que estava em recuperação desde 2021.

Tudo indica que este ano será muito difícil para o sector automóvel, tendo em conta os números divulgados no primeiro trimestre. Os indicadores estão muito longe das vendas registadas em 2014, o melhor ano de sempre para o sector automóvel, já que a ACETRO vendeu mais de 44 mil viaturas. Embora tenha sido o ano do início da crise em Angola, o verdadeiro impacto só foi sentido em 2015, quando os dados registados apontaram que naquele ano apenas foram vendidos 20.584 carros novos.

O histórico indica que o agravamento da crise financeira e económica afectou o mercado automóvel. Entretanto, no final do ano passado, os operadores, de acordo com ACETRO, acreditaram que, em 2024, o mercado estaria suficientemente aquecido para ganhar velocidade.

Uma fonte revelou que o arrefecimento da economia está a afectar todos os sectores e a actividade económica em Angola e refere ainda que "se a economia continuar a crescer aos níveis a que cresce, todos os indicadores serão afectados. "O mercado automóvel movimenta a economia e a fraca procura, por veículos, por parte das empresas é um indicador de que a actividade empresarial também está a ressentir-se da crise.

Lembrou, por outro lado, que o mercado automóvel não foge à regra porque uma economia estável permite que os consumidores tenham opções e invistam no seu bem-estar, o que não acontece em Angola, onde as famílias são obrigadas a estabelecer prioridades. Para já é difícil, no curto prazo, prever o comportamento do mercado automóvel, embora em Março tenha havido um ligeiro aumento das vendas de carros novos, sobretudo a marca Suzuki Swift.

Leia o artigo integral na edição 775 do Expansão, de sexta-feira, dia 10 de Maio de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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