Angola é o país mais beneficiado com possível moratória da dívida do G20
A Fitch Ratings considera que Angola será o país mais beneficiado com uma possível extensão da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI, sigla em inglês) do G20, podendo 'poupar' 4,3% do PIB só este ano. Segundo os dados dos pagamentos devidos, publicados pelo Banco Mundial, Angola poderá deixar de pagar 2,6 mil milhões de dólares em pagamentos de dívida só este ano, o que corresponde a 3,1% do PIB do ano passado.
De acordo com o documento enviado pela Fitch aos investidores, só cinco dos 22 países que a Fitch avalia, e que são elegíveis para participar na DSSI, veriam os requisitos de financiamento para este ano reduzidos em mais de 1%, sendo o benefício para Angola, com 4,3%, o mais elevado, de longe", lê-se num relatório sobre o impacto da adesão dos países mais vulneráveis à iniciativa do G20.
A Fitch Ratings diz que de entre os mais vulneráveis (Angola, Moçambique, República do Congo e Laos), apenas o Laos não se candidatou à acção que pretende suspender os pagamentos de dívida oficial bilateral até final deste ano, e que em novembro poderá ser prolongado para final de 2021 devido aos efeitos da pandemia nas economias mais fragilizadas.
Mais de 40 os países, incluindo Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Angola, pediram para participar nesta iniciativa, que não abarca a dívida a credores oficiais e não a privados, que teria de ser tratada separadamente.
Refira-se que o G20 "encorajou os investidores do setor privado para darem alívio de dívida em linhas similares às do alívio providenciado ao abrigo da DSSI, mas isto não é um requisito para a participação", nota a Fitch, acrescentando que "até agora nenhum dos países que participam na DSSI disse publicamente que iria tentar ter um tratamento similar dos credores privados, o que reflete, em parte, as preocupações sobre o acesso aos mercados financeiros".