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Ética na gestão de recursos humanos: Exija!

CAPITAL HUMANO

Os profissionais de recursos humanos lidam com os aspectos pessoais da empresa, e tocam em muitas questões que requerem a aplicação de padrões éticos. É fundamental que estes profissionais tenham o domínio das virtudes básicas indispensáveis para o desempenho da sua função...

Penso que, antes de entrarmos para o nosso tema, é importante percebermos a sua relevância e origem, pois, por mais que me custe admitir, este tema é desconhecido por muitos profissionais. A palavra "ética" deriva do grego ethiké (ciência relativa aos costumes), faz parte do domínio da filosofia e tem por objectivo o juízo de apreciação que distingue o bem e o mal, o comportamento certo do comportamento errado.

A origem deste conceito remete-nos aos primeiros grandes pensadores da humanidade: os filósofos gregos. A criação deste conceito e tudo que ele engloba surgiu em meados do século IV a.C., altura em que se deu início à ascensão das cidades-Estado gregas. A expansão do termo, nessa altura, teve a assinatura de filósofos bem conhecidos, como Sócrates, Platão e Pitágoras.

No âmbito laboral, a ética profissional - ou a deontologia - funciona como garantia e segurança da sociedade, protegendo-a contra determinados abusos por parte dos profissionais. O termo "deontologia" surge da palavra grega déon, que significa "dever". Assim, a deontologia seria o tratado do dever ou o conjunto de deveres, princípios e normas adoptadas por um determinado grupo profissional.

A deontologia favorece a confiança da sociedade na profissão. A deontologia privilegia princípios como a transparência, a honestidade, o sigilo profissional, a dignidade humana e o respeito pelas pessoas, a integridade, a sustentabilidade, a impessoalidade, a legalidade, o zelo, o profissionalismo, a confiança, a solidariedade profissional e a responsabilidade.

Os profissionais de recursos humanos lidam com os aspectos pessoais da empresa, e tocam em muitas questões que requerem a aplicação de padrões éticos. É fundamental que estes profissionais tenham o domínio das virtudes básicas indispensáveis para o desempenho da sua função, e tenham a capacidade de utilizar os princípios deontológicos já mencionados como um quadro de referência.

Este quadro deverá nortear a actuação do profissional de Recursos Humanos nas áreas que exigem a aplicação dos princípios deontológicos para resolver ou lidar com problemas ou dilemas éticos, como o abuso de poder ou de confiança, subornos, lealdade excessiva, falta de dedicação e compromisso, discriminação (por motivos respeitantes a religião, sexo, deficiência, raça, atributos físicos, orientação sexual, política), assédio sexual, egoísmo, favoritismo, nepotismo e brechas de confidencialidade.

Esses quesitos podem surgir nas mais diversas actividades de gestão de recursos humanos, nomeadamente nos processos de recrutamento; nas formações; em questões de remuneração; nas promoções; na distribuição de tarefas; em questões de despedimentos; na prática de normas de segurança e saúde no trabalho; etc.

Em suma, independentemente da actividade que o profissional de gestão de recursos humanos esteja a desempenhar, toda a sua acção deve ser pautada por virtudes e valores. Os bons profissionais estão a ficar fora do mercado de trabalho. Isto porque quem desejar manter-se activo na sua carreira deve procurar sempre a excelência. Ora, sem a aplicação de elevados padrões éticos, não é possível atingir a excelência profissional!