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Fed faz com primeiro corte das taxas de juro no ano, após meses de pressão intensa por parte de Trump

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Banco central dos EUA, decidiu baixar as taxas de juro em 25 pontos-base. A expectativa em torno deste corte deve-se à debilidade no mercado laboral, mas também porque a inflação voltou a acelerar em Agosto, atingindo máximos de sete meses.

A Reserva Federal dos EUA decidiu, na quarta-feira, como era consensualmente previsto pelos analistas, cortar a taxa de juro diretora de juros em 25 pontos-base, para um intervalo entre 4% e 4,25%. Trata-se da primeira descida das taxas de juro desde dezembro do ano passado e surge após longos meses de pressão intensa por parte de Donald Trump, que tomou posse para um novo mandato como Presidente dos EUA em janeiro, para que as taxas de juro fossem reduzidas. E é provável que os próximos meses tragam mais descidas.

A expectativa em torno deste corte deve-se à debilidade no mercado laboral, mas também porque a inflação voltou a acelerar em Agosto, atingindo máximos de sete meses. Entretanto, o banco central dos EUA tem ois mandatos: o pleno emprego e a estabilidade dos preços, com uma meta de 2% para a inflação.

"Os indicadores recentes sugerem que o crescimento da actividade económica moderou-se no primeiro semestre do ano. O aumento do emprego abrandou e a taxa de desemprego subiu ligeiramente, mas continua baixa. A inflação subiu e permanece um pouco elevada", ler-se no comunicado, em que a Fed sublinha que a "incerteza quanto às perspetivas económicas continua elevada".

Tendo sido um corte de apenas 25 pontos-base, tipicamente a "dose mínima" quando um banco central baixa ou sobe as taxas de juro, a redução dos juros poderá ser, para Donald Trump, uma mudança demasiado pequena (e demasiado tardia), já que o Presidente dos EUA voltou, nos últimos dias, a pedir uma "grande" descida dos juros. Stephen Miran, conselheiro de Trump que acaba de entrar no conselho, foi o único a querer um corte maior nas taxas de juro, de 50 pontos-base.

Importa recordar que esta descida das taxas de juro foi sinalizada por Jay Powell em Agosto, no simpósio anual da Fed em Jackson Hole, Wyoming. Apesar de assinalar que o mercado de trabalho continua robusto e que a economia tem mostrado "resiliência", Powell admitiu que os riscos de desaceleração estavam a aumentar. Ao mesmo tempo, alertou que as tarifas comerciais podem reavivar pressões inflacionistas, criando um cenário de estagflação que a Fed quer evitar.

Assim, nas novas projeções económicas também actualizadas na quarta-feira, a instituição liderada por Jerome Powell aponta para um crescimento do produto interno bruto (PIB) de 1,6%, duas décimas acima do valor avançado em Junho. Já quanto à inflação, medida pelo índice de preços das despesas dos consumidores (PCE), as expectativas mantêm-se nos 3% para este ano, mas agravam-se em duas décimas face a junho no que toca aos valores de 2026, com a Fed a projetar agora um valor de 2,6%.

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