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Grande Entrevista

"Estamos a negociar a aquisição de mais blocos de petróleo e gás em Angola"

ANTOINE KARAN PRESIDENTE DO CONSELHO DA ADMINISTRAÇÃO DA CORCEL PLC

O ex-banqueiro do Merril Linch está a investir em Angola, através da Corcel, que já tem participações em três blocos onshore, o KON11 e KON12 operados pela Sonangol, e é operador do Bloco KON16. Anuncia que a estratégia de investimento em Angola passa por adquirir mais blocos para exploração no onshore do Kwanza e para diversificar o risco também já negoceia blocos onde já há produção de petróleo e gás.

A Corcel chegou recentemente a Angola. Qual o core business da empresa e quando foi estabelecida a parceria com os seus parceiros em Angola?

A Corcel é uma empresa listada na Bolsa de Londres, no segmento de pequenas empresas, e já tem algum background. Nasceu no sector de energias alternativas, ou seja, no sector de baterias. Mas, quando eu cheguei em Março, há seis meses, investi nela com o objectivo de a reestruturar. O propósito é dar lhe uma nova dinâmica e melhorar o seu desempenho. Percebemos que era necessário diversificar o nosso portfólio, apontando uma nova área de negócios como a principal.

Refere-se à vossa recente entrada para o sector petrolífero?

A principal área de negócios passou a ser o sector de petróleo e gás. Levou-nos dois a três meses para entrar para este sector até que fomos falando com a Atlas Petróleo (APEX), que é o nosso parceiro em Angola e conseguimos chegar a um acordo com eles para adquirir 90% da empresa, o que nos permitiu ser donos de três blocos petrolíferos em terra. Alcançámos a primeira meta, já que o nosso objectivo é investir no sector de petróleo e gás.

Reestruturaram a empresa das energias alternativas, ou seja, das baterias passaram a focar- -se no sector de petróleo e gás, mas com vários países. Por que é que escolheram Angola?

No nosso ponto de vista, Angola é um país muito promissor. É um país politicamente estável. E o novo governo está realmente a levar a cabo muitas medidas para reduzir e até mesmo eliminar a burocracia e isto encoraja os investidores estrangeiros a investir no País, é o nosso caso. Sobretudo, e este é o principal factor que nos incentiva a investir no país, é o enorme potencial e historial de sucesso do sector de petróleo e gás angolano.

Existem mais de 20 blocos em negociação directa no onshore e no offshore. O que os levou a apostar no onshore, especificamente nos blocos negociados pela Sonangol?

Boa pergunta. Eu acrescentaria à sua pergunta: e por que investir no onshore, especificamente na bacia do Kwanza? Como deve saber, a Sonangol era basicamente uma empresa offshore, no onshore não estava ainda presente. Acreditamos na região do Kwanza. Também acreditamos que o onshore em Angola tem um enorme potencial. Todos estes factores contribuíram para a nossa vinda para investir com os nossos parceiros aqui. Por isso obtivemos estes activos e estamos a desenvolvê-los.

Vocês são parceiros da Sonangol em dois blocos, no KON11 e no KON12, que já tem petróleo porque tem histórico, mas foram encerrados, porque os operadores foram atrás de maiores volumes no offshore.

Sim, a Sonangol basicamente opera dois blocos em que nós somos parceiros, e já começou a perfuração de um dos poços, o Tobias 13, localizado em Luanda, no Cabo Ledo. Estamos satisfeitos pelo facto de a Sonangol estar a desenvolver os trabalhos e estamos satisfeitos com o curso dos trabalhos no KON11 e esperamos ter o primeiro óleo já no próximo ano.

Vocês têm três blocos, num deles são operadores e aí ainda não há petróleo. Se encontrarem petróleo em quantidades comerciais poderão vendê-lo e recuperar o investimento. Senão o dinheiro estará perdido. Está confortável com o risco?

Estamos tão confortáveis que estamos à procura de adquirir mais blocos do onshore em Angola, na fase de exploração. Estamos, neste momento, a negociar com as autoridades para adquirir outros blocos na fase de exploração na região do Kwanza, como fizemos no caso dos três blocos que já temos no onshore. Estamos também interessados em entrar para blocos que já estejam em produção (farm in), portanto, estamos atentos a empresas que estejam interessadas em reduzir em, parte ou na totalidade, a sua participação noutros blocos. Estamos interessados em comprar participações em blocos já em produção.

Em resumo, qual é a vossa estratégia?

A nossa estratégia passa por adquirir novos blocos, especialmente no onshore da Bacia do Kwanza, seja por via de licitações ou por negociações directas. O objectivo passa por fomentar a actividade de exploração, para diversificar o risco, já que não se pode investir só em blocos em exploração. Vamos também investir em activos em produção no offshore. Estes segundos investimentos garantem petróleo e gás para vender logo após a entrada.

Leia o artigo integral na edição 744 do Expansão, de sexta-feira, dia 29 de Setembro de 2023, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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