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África

Banco de Cabo Verde com lucros a cair 43% e o activo a crescer quase 9%

RELATÓRIO E CONTAS 2022

Os números de 2022 mostram também um aumento do passivo, mais 9,38% face a 2021, capital próprio negativo com um agravamento de 18,62% e um aumento (10,21%) dos activos sobre o exterior.

Publicado na terça-feira, o relatório e contas do Banco de Cabo Verde (BCV) relativamente a 2022 mostra uma queda dos lucros, menos 43,9% face a 2021, totalizando 1.067 mil milhões de escudos, aproximadamente 11,2 milhões USD. Este valor resulta de 13,75 milhões USD de resultados realizados subtraídos de 2,62 milhões de resultados não realizados. "Estes são justificados, sobretudo, pela flutuação cambial negativa dos activos em dólares dos Estados Unidos", lê-se no documento.

Já relativamente aos activos, o BCV fechou o ano com um valor de 92,6 mil milhões de escudos, 965 milhões USD, um aumento de 8,99% face ao ano anterior. "Este crescimento deveu-se, por um lado, ao aumento dos activos de operações de política monetária, e, por outro, à evolução positiva das reservas cambiais, impulsionada pelo comportamento positivo dos activos sobre o exterior", justifica o regulador.

No ano de 2022, o banco registou um passivo de 96,8 mil milhões de escudos, 1.009 milhões USD, mais 9,38%, justificado pelo aumento das responsabilidades com pensões e outros benefícios com residentes, das notas e moedas em circulação ou das responsabilidades para com o Estado e para com outras instituições financeiras. Isto resultou num capital próprio negativo em 4,2 mil milhões de escudos, um pouco mais de 44 milhões USD, um agravamento de 18,62% quando comparado com o exercício de 2021.

O resultado foi "fortemente impactado" pela evolução negativa das reservas de reavaliação devido, em grande medida, à queda acentuada e generalizada do preço dos instrumentos financeiros em carteira. Contribuíram ainda para o capital próprio negativo do BCV "as medidas de política monetária restritivas adoptadas pelas principais autoridades monetárias e o resultado do exercício determinado pelo efeito negativo da flutuação cambial dos activos expressos em dólar dos Estados Unidos da América, verificado, sobretudo, no último trimestre de 2022", lê-se no documento.

Já os custos administrativos totalizaram 1.047 milhões de escudos (10,8 milhões USD), cerca de 16,19% acima do valor verificado no período homólogo, deu conta o BCV, justificando, sobretudo, com o "aumento acentuado" das depreciações e amortizações do exercício, na sequência da decisão do Banco em manter o edifício Nova Sede no seu balanço. "O Banco, de modo a proporcionar maior transparência aos resultados, apresenta na estrutura das suas demonstrações financeiras o rendimento integral, que, a 31 de dezembro de 2022, ascendeu a 665.976 milhares de escudos negativos (6,9 milhões USD)", prosseguiu, justificando, sobretudo, com a "queda acentuada" dos preços dos títulos em carteira e com os desvios actuariais negativos das responsabilidades com pensões e outros benefícios.

Quando aos activos sobre o exterior, de 69 mil milhões de escudos (723,2 milhões USD), que em 2022 representavam 95,82% das reservas cambiais, aumentaram 10,21%. O banco central justifica o aumento com as operações cambiais resultantes da aceitação de cartões internacionais na rede Vinti4 e dos desembolsos de parceiros internacionais, no quadro da ajuda orçamental e de financiamento de projectos de investimento.

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