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África

Os 25 líderes africanos que estiveram em Glasgow o que é que trouxeram para África

COP26, Glasgow, Escócia

Os líderes africanos foram a Glasgow pedir justiça climática mas sabe-se agora que poucos dos seus pedidos foram incluídos no acordo final, e menos ainda os 1,3 biliões que os líderes africanos pretendiam

Muito se têm falado da incapacidade dos países mais ricos prometerem o que disseram relativamente ao apoio aos países mais pobres, concretamente os 100 mil milhões de dólares anuais de apoio.

E foi isso mesmo que disseram em Glasgow os líderes das nações africanas, pediram apoio ao financiamento para a transição energética, mas o acordo anunciado a 13 de Novembro não acrescenta muito mais ao que tem sido feito, e que é pouco, dizem os activistas ambientais e reconhecem alguns líderes mundiais.

A promessa dos 100 mil milhões de dólares anuais ficou até para se cumprir até 2023. E mais 500 mil milhões foram prometidos até 2025. No entanto, muito aquém dos 1,3 biliões que os negociadores africanos queriam e que é o que se estima para as necessidades do continente no que tem a ver com os custos relacionados com as alterações climáticas.

Muitos delegados dos países africanos expressaram a sua "extrema decepção" com o resultado do apoio as perdas e danos, numa altura em que os especialistas estimam que os danos causados pelas alterações climáticas em África está para além de biliões de dólares.

Vanessa Nakate, a jovem activista do Uganda, lamentou no Twitter esta oportunidade perdida no que tem a ver com perdas e danos e pelo facto de em vez da criação de um fundo para se apoiar os países africanos se optou pelos tradicionais "workshops".

E o aquecimento global afecta, como não podia deixar de ser, a evolução do PIB geral do continente africano, como dá conta um relatório da Organização Mundial Meteorológica, as variações entre 1.º a 4.º graus Celsius podem provocar variações do PIB africano de 2,25% a 12,12%.

Por agora temos que o acordo prevê a eliminação de subsídios aos combustíveis fósseis e empurra para a eliminação da utilização do carvão. A África do Sul, um dos maiores produtores de carvão do mundo, receberá 8,5 mil milhões de dólares para o apoio à transição energética.

E 1,5 mil milhões de dólares foram prometidos para proteger e preservar a Bacia do Congo, que acolhe a segunda maior floresta tropical do mundo e absorve cerca de 4% das emissões anuais globais de carbono. A preservação do Bacio do Congo insere-se ainda no acordo assinado por mais de 100 países, incluindo o Brasil, para deter ou mesmo reverter a desmatação até 2030.

O Egipto acolhe, no próximo ano, a cimeira do clima das Nações Unidas, será a COP27. Com a cimeira a decorrer um país africano, é expectável que os problemas das nações do continente, mais vulneráveis, venham a ter maior destaque.